sábado, 11 de outubro de 2008

Mais uma noite

Depois de um longo tempo sem postar, aqui estou eu com um pequeno texto.
Nunca pensei que fosse demorar tanto pra escrever alguma coisa, mas os estudos na faculdade têm drenado toda a minha atenção e, são raras as vezes que tenho tempo para o lazer, e acabo deixando o "prazer árduo de escrever" um pouco de lado.
Mudei a música para uma coisa mais com a "alma" do blog. "Moonlight Sonata" do Beethoven (claro que não ela inteira, mas só os primeiros 6 minutos). Espero que gostem assim como eu gosto dessa música.
Agora deixa eu colocar logo o texto, mas antes um aviso: Eu fui um pouco diferente do romantismo meloso dos contos que escrevi, espero que, mesmo que não gostem, possam compreender que sou apenas alguém que gosta de escrever e deseja, sobretudo, aprender com os variados estilos pelo qual tenho certa afeição, mesmo que não siga um próprio ou pré-definido. Leiam e tirem suas próprias conclusões:




Mais uma noite que ele passava trancado dentro de casa. Não podia ouvir o som doce de uma suave melodia romântica que saía de seu rádio estéreo. Muitas coisas para fazer, mas não mais as faria.

Cansado de seu emprego. Um trabalhozinho medíocre e rotineiro que ele julgava ser pouco para seu potencial. Queria escrever mais que simples notas nos classificados. Sempre sonhara em colunas, ou editoriais, que, mesmo não podendo assinar seu nome, sentiria-se mais realizado. Mas o salário compensava sua frustração, até que o vazio no campo profissional fosse tamanho, que sentia-se mais como uma peça mecânica, indispensável, mas sem destaque algum.

Ao menos tinha um noivado. Ela, linda, morena, olhos castanhos, mesma cor dos cabelos. rosto infantil numa mente de mulher. Mulher essa que não era mais sua. Terminaram havia dois meses e ela já estava feliz de novo, com outro. Enquanto ele, ao invés de remoer-se pelo amor perdido, tentava, frustradamente, conseguir um novo amor. Ainda era jovem e tinha tempo, até que essa desculpa não colava mais e a solidão era grande demais para suportar.

Seus amigos podiam consolá-lo, quem sabe? Mas qual? Seu amigo mais próximo havia conseguido um emprego como correspondente internacional em Londres,e se falavam somente por videoconferência. Podia sentir o frio de Londres atingir sua amizade enquanto conversavam. Seu amigo era ocupado demais. Tinha uma velha conhecida por perto, mas ela agora estava casada com um marido violento e ciumento. Se a procurasse para conversar, provavelmente causaria uma briga e vários hematomas nela. Não queria causar problemas para ninguém, mesmo que, para isso, tivesse que sustentar seus próprios.

Levantou-se de seu devaneio. Trancou-se em casa, ligou o aparelho de som, pegou um vinho, o mais antigo que tinha e o pôs para gelar, enquanto preparava-se para um banho memorável em sua banheira. Gastou quase todo o recipiente de sais de banho, bem como demorou quase uma hora inteira deitado, refletindo e com um sorriso em seu rosto. Saiu do banho, vestiu-se das roupas que ele mais gostava de usar e foi tomar seu vinho, acrescentando um estranho conteúdo à bebida, e misturando logo em seguida.

Demorou algum tempo e não mais pôde ouvir a música que tocava na estação escolhida. O último barulho que escutou, foi da taça de vinho caindo de sua mão e se estilhaçando pelo chão da sala. Seus olhos demorarm um pouco mais, e fitavam um teto branco gelo pouco antes de fecharem, pesados. Peso este que alastrava-se por seu corpo, tirando suas frustrações.

Era a segunda noite que aquele corpo jazia deitado no sofá. Na secretária eletrônica, um telefonema de uma companhia de cartões de crédito e um de seu trabalho, questionando-o por não mais aparecer. Mais uma noite que ele passava trancado dentro de casa. Não podia ouvir o som doce de uma suave melodia romântica que saía de seu rádio estéreo.Muitas coisas para fazer, mas não mais as faria.

Bom, espero que tenham gostado desse texto. Não tenho a menor idéia de quando postarei um próximo. Para terem certeza, aconselho a assinarem o feed , mas apenas se realmente sentirem vontade disso. Me despeço agora e aguardo os comentários(dos quais senti falta =D).

domingo, 7 de setembro de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Epílogo)

Olá,
Como eu havia dito, hoje é a última postagem de "Sábias estrelas de São Paulo" . Vou falar pouco pois tenho muito a agradecer e o farei no final do capítulo/episódio (ou o que quiserem chamar).
A música, ou melhor, as músicas são "Pieces Of Me" da Ashlee Simpson , que eu não gosto muito, mas a música se encaixa no texto. A outra é "Careful Where You Stand" do Coldplay e esta música sintetiza muito o que escrevi no texto.
Bom, deixando de papo e postando logo o epílogo. Leiam e tirem suas próprias conclusões:


Os olhos claros de Rômulo ainda se recusavam a abrir enquanto ele levantava e se dirigia para seu banho. Pelo despertar do relógio, já passava das oito e ele não queria perder mais nem um minuto.

Enquanto passava pelo corredor que dava para a cozinha, já de banho tomado, parou e fitou o olhar para uma fotografia, onde ele aparecia ao lado de Beatriz, ambos sorrindo, felizes.

- Um ano...

Quem poderia imaginar, logo ele que não costumava se envolver, por medo de se machucar. Logo ele que se sentia tão solitário. Mas esse não era mais ele. Rômulo agora tinha um motivo para sorrir, e esse motivo se chamava Beatriz.

Ela estava dormindo, sendo acordada pelo som do despertador de um sonho indescritível, mas desperta para uma realidade melhor ainda. Não que sua vida não tinha seus problemas, mas somente porque Rômulo agora estava a seu lado para ajuda-la. Bom, não exatamente a seu lado agora, mas ainda iria encontrar-se com ele ainda naquela data tão especial para os dois...

- Um ano...

Sua mente entoava essas palavras, assim como uma indescritível sensação de felicidade plena, principalmente após olhar para o lado da cabeceira e ver, ali, no criado-mudo, uma foto de Rômulo a abraçando ,ambos felizes, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

- Sabe, eu nunca entendi isso de arte moderna, Rômulo...
- Nem eu, mas não se pode negar que eles eram “criativos”...

Diz Rômulo com um breve sorriso irônico no rosto. Olhando com suas duas hipnotizantes íris azuis. No seu rosto, sua ironia já desaparecera, enquanto se formava um sorriso, ao ver a cara de intrigada de Beatriz com uma das esculturas.

Beatriz tentava compreender aquilo que chamavam de arte, mas realmente não achava possível. Mas sentia-se bem com isso. Rômulo também não entendia muito e parecia estar aproveitando a visita tanto quanto ela. Aliás, só dele estar nessa visita a torna muito mais ‘interessante’.

E ele pensava se essa tal visita valeria tanto à pena caso ela não estivesse lá, a seu lado. Tinha pegado o celular, para reclamar com seu amigo, que indicara a tal exposição. Mas Rômulo já não queria sair dali e, pensando um pouco, não devolveu o celular ao bolso.

- Bia, vem aqui..
- Alguma coisa interessante, Rômulo?
- Não, não... Mas por pouco tempo, me segue...

E eles foram para uma ala, onde se podia tirar fotos da exposição e, num movimento rápido, ele tirou uma foto enquanto ela andava. E outra dela surpresa, mais uma dela o empurrando, uma dela preocupada (por ele ter caído com o empurrão), mais outra dos dois juntos, abraçados, sorrindo de tudo isso, além de uma última, um pouco fora de foco, mas que tentava enquadrar um beijo apaixonado de Rômulo e Beatriz...

E Rômulo já estava pronto para sair de sua casa para buscar Beatriz quando parou à porta de sua casa, olhando uma estranha foto dele apoiado nos joelhos e ela com pose triunfante, enquanto batia a tal foto.

Beatriz ria-se de pensar em algumas outras situações de seus encontros com Rômulo. Ainda que parecessem duas crianças apaixonadas, era incrivelmente prazeroso descobrir o quando da vida estava perdendo, e o quanto dela Beatriz podia ganhar, até mesmo algumas corridas no parque do Ibirapuera...

- Então esse é o parque do Ibirapuera, Rômulo?

Enquanto ela olhava para todos os lados, tentando capturar com os olhos a beleza do local. Era a primeira vez que ela estava ali, e essa primeira visita não podia ser em melhor companhia.

- Ele já foi mais bonito, mas ainda é um bom lugar para visitar.
E Beatriz se perguntava se esse parque já fora um dia mais bonito do que já é. Certamente teria menos lixo no chão, mas nem era tanto assim; ou talvez fosse mais florido, ou com árvores mais espessas, mas isso daria um aspecto de floresta ao Ibirapuera. E decidiu parar por ali com seus pensamentos.

Queria aproveitar o lugar, e a companhia também, evidentemente. E lembrou-se de umas certas fotos tiradas algum tempo atrás no MAM. Não estava com seu celular, mas sabia que o de Rômulo ainda repousara no bolso da calça (o que a lembrara de se perguntar como alguém consegue ir de calça jeans a um parque).

Aproximou-se dele para um abraço e, aproveitando que ele pusera seus braços por cima dos ombros dela, com uma das mãos, Beatriz puxou o celular de Rômulo.

- Bia, o quê você está fazendo?
- Só vou tirar umas fotos do parque, devolvo isso num minuto.
- Mas você poderia...

E Rômulo parou de falar enquanto Beatriz ria de sua foto tirada, conseguiu capturar o exato momento em que Rômulo pronunciava “a” e isso numa foto, era impagavelmente cômico.

- Você vai apagar essa foto, não vai?
- Nunca, vou é mandar para meu e-mail agora.

E, quando ela começava a teclar seu endereço de e-mail, Rômulo correu para pegar seu celular de volta. Nesse instante Beatriz correu mais rápido e ambos começaram a correr pelo parque, enquanto Beatriz tirava algumas fotos de Rômulo, correndo (bem desengonçado, imaginava ele que por culpa da calça).

- Tá bom, Bia... Você... venceu... Pode enviar...a foto...

E Rômulo dizia isso apoiado em seus joelhos, no mesmo instante em que “Bia” tirara uma foto sorridente ao lado de um Rômulo cansado, indo, logo em seguida, cuidar de seu amado. A foto pela qual ela lutara tanto fora apagada, mas muitas outras foram tiradas naquele dia, incluindo uma de um beijo, dessa vez não tremido, pois haviam repetido muitas vezes (sem protesto algum) até conseguir o resultado desejado. E essa foto estava na estante de Beatriz, onde ganhava um certo destaque das outras...

“Em um prédio?” Foi o que pensou Beatriz quando Rômulo disse que haviam chegado. Fora do carro, uma brisa suave anunciava o início de uma noite para relembrar. Tomando o elevador, ela percebera o nervosismo de Rômulo, suas mãos estavam inquietas e ele não conseguia fixar o olhar em Beatriz. Por mais feliz que parecesse estar, Rômulo escondia algo e isso, incomodava Beatriz.

Um jantar agradável para um prédio tão alto. Mas, não importava muito o lugar, o amor que um sentia pelo outro transformava qualquer lugar num cenário perfeito. Conversas leves, olhares apaixonados, mãos envolvendo as outras. beijos, ora roubados, ora concedidos formavam o conjunto de uma noite perfeita, não fosse a ansiedade de Rômulo.

Beatriz sabia que ele estava escondendo algo, mas não queria perguntar algo. Até que Rômulo pediu a conta e, antes de sair, conversou algo com o dono do restaurante e ,logo em seguida chamou Beatriz.

A cada passo, ela notava que Rômulo ficava mais tenso, e que ele nem sequer olhava para trás, onde Beatriz o seguia, percebendo alguns detalhes estranhos, como o fato do andar dele se tornar um pouco apressado em subir as escadas.

- Chegamos, Bia.

Era o topo do prédio. Um lugar incrivelmente alto, mas majestosamente lindo, um céu limpo e coberto de estrelas, atípico da cidade cinza. Lá do alto, os carros formavam feixes de luz que tornavam o chão, um mar iluminado de dourado e branco. A Brisa era um pouco mais fria, mas não era gélida, mas teimava em brincar com os cabelos de Beatriz.

- Bia, eu te trouxe aqui por dois motivos...

Enquanto Rômulo tentava organizar suas palavras e controlar seu nervosismo, Beatriz tornava-se mais ansiosa para saber quais eram esses tais motivos.

- Bom... Primeiro, eu... Bia, você sabe que o que a gente viveu foi lindo, e que eu vivi esse ano mais do que a minha vida inteira. Mas é que surgiu uma oportunidade de eu ampliar meus negócios em Nova Iorque e, e par isso, eu teria que sair de São Paulo por uns tempos, para organizar melhor as coisas até que eu volte...

As lágrimas rolavam pelos olhos de Beatriz enquanto ela ouvia cada palavra de Rômulo. Após saber que ele iria para Nova Iorque, ela virou-se e seguiu pelo mesmo caminho que desceu, mas foi agarrada por dois braços enquanto uma voz dizia: “eu ainda não terminei de falar, por favor, Bia.Escuta!”

- Escutar o quê? Você vai pra lá e eu vou ficar aqui, não é?

Ela não conseguia acreditar que esse era o fim, a separação dos dois por uma oportunidade de trabalho, por dinheiro!

- Bia, deixa eu falar a segunda coisa que eu queria falar... Por favor...

E Rômulo prosseguiu quando viu Beatriz aquietar-se, posta frente a ele, esperando que ele continuasse.

- E o que eu queria dizer também é que, há um ano atrás, eu não recusaria isso... Eu não deixaria essa oportunidade passar sem pensar duas vezes. Mas alguém mudou a minha vida em um ano. Alguém me fez ver que eu não preciso de mais nada quando a pessoa que eu amo está perto de mim. E eu queria que, se eu fosse pra Nova Iorque, eu fosse com quem eu amo. E que essa pessoa fosse comigo como alguém especial, como minha esposa...

E, ajoelhando-se enquanto retirava uma caixa do bolso, Rômulo olhava para uma Beatriz surpresa e feliz, com lágrimas nos olhos. E via em Beatriz a mulher de sua vida, e de todas as outras vidas que poderia ter.

- E é por isso, Beatriz, que eu pergunto: Você aceita se casar comigo?

“Eu aceito” foi o som dito por Beatriz. Enquanto sua alma desejava dizer mais, muito mais do que palavras poderiam expressar.Em seu dedo fora posto um anel e, posteriormente em seus lábios, um beijo suave e envolvente como a brisa que corria naquela noite.

O brilho em seus olhos parecia, de certa forma, com o brilho de certas estrelas, que sorriam felizes no céu paulistano. A Lua surgia agora, para agracias Rômulo e Beatriz enquanto eles ainda se beijavam, apaixonados e felizes, tendo suas almas e vidas completas pois aonde quer que fossem, eram um só. Uma só felicidade, uma só alma, um só amor.

E um amor que nem o tempo, nem os problemas das grandes cidades, quer seja São Paulo ou Nova Iorque ou outra qualquer, nem todos os problemas e pesares da vida podem afastar. Um amor que surgiu em duas almas, que algumas sábias estrelas trataram de juntar.



Bom, é isso.
Espero que tenham gostado ou ao menos suportado esse meu epílogo, bem como todo o conto.
Eu só queria agradecer a todos que postaram um comentário nesses dez capítulo e dizer que, a cada post novo, era uma felicidade enorme ler os comentários sinceros (eu sei que não são todos, mas fico feliz pelos que eu percebi serem)de todos os leitores. Muita gente me apoiou, me corrigiu, me ajudou, me inspirou... E aqui,no blog, eu criei um carinho enorme por todos os leitores, ou até mesmo os que não leram tudo, mas comentaram o que sentiram. Sentir, é isso que eu procuro quando escrevo. Busco trazer à tona sentimentos diversos em vocês e gosto de ver quando eu consigo isso. E é muito bom saber que, mesmo com meu texto simples, eu tenha ,talvez, conseguido.
Minha vida mudou com a faculdade e, não sei ao certo quando devo voltar com alguma coisa nova. Só espero que compreendam que não é por opção. Apenas preciso pensar no meu futuro e espero que possam comprender.
Não vou nomear todos os que desejo agradecer pois são muitos, gente até que não frequenta o blog, mas me ajudou a construir esse conto; sendo eu nascido e criado no RJ sem nenhuma informação de SP. Mas quero que saibam que foi muito bom escrever isso sabendo que, aqui, alguém poderia ler e, quem sabe gostar e comentar sobre o que leu. Muito obrigado.

domingo, 31 de agosto de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte IX)

Olá,
Desculpa a demora mas eu disse que ia demorar(pelo menos eu avisei). Dessa vez tive muito pouco tempo pra postar devido a muitos textos e trabalhos para serem lidos/feitos na facul. Espero que entendam.
Sobre o capítulo, bom, é o último então não tenho muito que falar sobre o mesmo. Quanto ao próximo capítulo, que seria o epílogo(que eu gostei muito de ter feito) eu tenho um grande problema pela frente: Ele está gigantesco. Geralmente eu escrevo uma ou duas páginas no word mas no epílogo, eu escrevi quatro páginas! Então cabe a vocês a decisão se posto tudo de uma vez ou se divido para vocês lerem aos poucos. Eu, como curioso que sou, votaria por ler o epílogo por inteiro de uma vez só, mas não é uma decisão minha, respondam por comentário.
Por falar em comentário, eu gosteria de dizer que ninguém que lê é obrigado a comentar, nem mesmo a ler, se achar muito grande, ou muito ruim... Então, sintam-se livres para comentar ou não...

Vou deixar de papo e postar logo o capítulo final. Ah! A música é "Good Enough" do Evanescence. Não falo muito ou então vou ficar babando pelo evanescence e deixar de postar (coisa de fã). Leiam e tirem suas próprias conclusões:



Os olhos de Rômulo agora se esquivam do olhar de Beatriz, tentando também evitar o rubor em sua face. Mas percebendo que fora tarde demais e, uma vez que começou a falar, sentia que deveria continuar, por mais ridículo que pudesse parecer.

Os olhos de Beatriz, bem como a dona daquele olhar, ainda esperavam que ele continuasse.

- Foi desde o momento que eu pisei naquele restaurante, Beatriz. Desde quando eu vi você.

Beatriz permaneceu imóvel, como se espantada aos olhos de Rômulo, mas bem ela sabia que estava imóvel por se dar conta de que seu sofrimento diminuira quando, pela primeira vez avistara Rômulo.

- Eu queria até pedir desculpas por ser um pouco direto e parecer até mesmo infantil mas, eu simplesmente não consigo evitar, muito menos explicar o porquê disso.

Rômulo terminava de dizer as palavras ansiando por alguma reação de Beatriz, que parecia inerte, a não ser por seus olhos perplexos que pareciam refletir algo que nem ela mesma conseguia ainda expressar.

- Eu ainda não entendo muito bem. Mas sei que eu precisava te conhecer e, de certa forma, ainda preciso de você. E tudo o que eu senti durante esses poucos dias, foi mais intenso do que boa parte da minha vida, como se eu vivesse apagado por boa parte dela. Bom, até ontem, no dia que eu vi você...

Ainda ecoavam na cabeça de Beatriz, todas as palavras ditas por Rômulo, acrescidas de confirmações de seus próprios sentimentos, antes ainda não descobertos. Seu corpo parecia voltar a se mover, mas ela mesma não conseguia direcionar-se ao certo.

Seus pensamentos de evitar um outro relacionamento foram expulsas de sua mente pelas palavras doces, e inseguras de Rômulo que ela sabia serem ditas com o medo da rejeição, um medo infundado, mas que ele não sabia disso ainda.Ao pensar nisso, seu rosto não conteve um leve sorriso que ela não protestou em manter.

- Sabe, Rômulo. Você disse coisas que eu mesma teria dito, por estar sentindo a mesma coisa. A gente sofreu muito e, inexplicavelmente, a vida deu essa chance da gente se conhecer e, sabe, eu acho que a gente devia aproveit...


Suas palavras foram interrompidas por lábios colados aos seus, enquanto sua nuca sentia o toque macio da mão de Rômulo, puxando-a para si, enquanto a envolvia, passando o braço esquerdo por sua cintura. O tocar de lábios foi intenso, porém tenro e carregado de um bem estar que ia penetrando por cada parte do corpo de Beatriz, fazendo-a entregar-se nos braços de Rômulo, envolvendo seus próprios braços no corpo dele.

Aos poucos os lábios foram se movimentando, selando duas almas num beijo doce e suave, mas não por isso sem paixão, que parecia transcender seus corpos e estava presente em cada milímetro daquele lugar, antes uma rua fria e escura. Inclusive no céu, que revelara suas mais brilhantes estrelas para agraciar a união de Beatriz e Rômulo.
Até que Beatriz coloca suas mãos nos ombros de Rômulo e os separa do beijo.

- ... Rômulo...
- O que foi Beatriz?

E ela procurava absorver cada milímetro do rosto de Rômulo enquanto pensava numa maneira melhor de expressar seus sentimentos, com um sorriso no rosto que ela não conseguia conter, e nem ao menos tentava. O medo e a indecisão já trocados pela felicidade de encontrar alguém como ele. “E ele beija tão bem...”

- Nada não... Onde é que a gente estava mesmo?

E, enquanto Rômulo abria um sorriso que durou poucos segundos, Beatriz aproximava suas bocas novamente. Juntando duas almas feridas que, juntas, ganham uma chance de se concertar.

E lá do alto, as estrelas contemplavam sua missão cumprida. Todo o esforço valeu à pena. Todo o sofrimento, dor e angústia foram lavados de seus corações para que eles pudessem perceber que ninguém está realmente sozinho, mas apenas vendado por um sofrimento que parece custar a passar. Mas o que só as estrelas sabem é que isso não é para o mal, ou até mesmo para a dor, mas sim para deixar o caminho livre para, quem sabe um novo amor.

* * *

Bom, é isso... Não vou comentar muito. Vou esperar o epílogo para isso. Espero que tenham gostado e não se esqueçam que ainda tem o epílogo. Até lá. Será na semana que vem, eu eu não vou adiar nem um dia. Até o dia 07 de setembro!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte VIII)

Olá,
Antes de pedir desculpas por demorar a postar, queria argumentar que a semana anterior foi atribulada (trabalho logo na primeira semana da facul... =P). Fora o problema de adaptação (acordar às 4h da matina qdo antes acordava às 7, fora o sono que perdurava pelo dia e a fome, uma vez q agora só almoço às 15h). Mas mesmo assim quero pedir desculpas pelo atraso, apenas gostaria de apresentar minhas razões para tal feito.
Agora falando sobre a parte VII: Era pra ser uma cena a mais da cena VII, mas eu a aumentei a tal ponto que deu mais uma parte, espero que gostem ,pois é a penúltima (isso sem contar o epílogo, que já comecei a escrever). A música dessa parte é "Such A Rush" do Coldplay. É a seguda música da banda nesse conto e não sei se será a última pois, escrevi esse conto escutando muito Coldplay (que empata com o Evanescence no quesito favoritas, mas não tem como me inspirar num romance ouvindo Evanescence, por mais que eu goste), mas espero encontrar algumas outras músicas para colocar no lugar das do Coldplay. Mas vamos parar de papo que vocês devem estar querendo ler logo a parte VIII.
Leiam e tirem suas próprias conclusões:


Sete horas. Ela precisava sair dali.Não que quisesse, mas lembrara que seu trabalho a impedia de ficar até tarde fora de casa. Mesmo que não quisesse, ela precisava sair dali, e isso a afligia.

- Tenho de ir, Rômulo
- Mas por quê?

Levantou-se. E foi acompanhada pelo olhar apreensivo de Rômulo. Beatriz continuava a olhar as horas no relógio da livraria enquanto saía de sua cadeira. E Rômulo também levantou, pois a conta já havia sido paga por ele em momentos de conversa perdidos no tempo. Seus olhos, ao encontrar nos de Beatriz o reflexo do relógio, compreendera que o tempo não havia parado, mas apenas dado esta ilusão.

- Entendi, você não podia demorar... Desculpe-me
- Não Rômulo, não se desculpe, eu que não prestei atenção na hora mesmo, eu dev...

Ela parou no instante em que Rômulo colocou uma de suas mãos em seu ombro, a acompanhando até a saída. Começara a entender o porquê de um simples e inocente tocar de dedos em sua pele, a fez parar, mas procurou não pensar nisso. Deveria sair mesmo daquele lugar, e, assim, acompanhou Rômulo.

Ele a levou para a saída da livraria e foi acompanhando até umas quadras em silêncio, quando decidiu comentar:

- Desculpe ter feito você ficar tanto tempo assim. Você deve estar muito atrasada, não?
- Um pouco, mas preciso mesmo ir pra casa.
- Tudo bem, espero que a gente possa conversar outro dia...
- Eu também, foi bom passar esse tempo com você.

E continuaram a conversar enquanto andavam mais algumas quadras, a caminho do restaurante onde ela trabalhava, que era perto da casa de Beatriz. O céu noturno estava límpido, ao menos o mais límpido que a poluição permitia estar. As estrelas estavam aparecendo timidamente, e brilhando mais intensas, à medida que outras começavam a aparecer. A temperatura começava a baixar, não como um frio gélido, mas como uma brisa noturna que acalentava a população. Até o transito, ao menos no espaço percorrido por Rômulo e Beatriz era mais ameno e sem nenhum indício de congestionamento ou barulho.

- Beatriz, Você realmente passou por tudo aquilo que você me disse?
- Foi sim. Minha vida tem sido um pouco difícil desde que cheguei aqui.
- A minha também não é das melhores, né?

O olhar de ambos se cruza.

- Até nisso nos parecemos, até nessa solidão...

Falou um Rômulo tentando sorrir lembrando de uma dor passada.

- É. Mas sabe que eu não me sinto mais tão assim...

Beatriz relembra de uns recentes dias...

- Nem eu. Faz pouco tempo... Foi desde quando eu...


Podem deixar os bonequinhos voodoo de lado que eu só vou colocar a parte final quando eu conseguir,mesmo assim com um intervalo mínimo de uma semana. Mas calma que a espera vai valer à pena.Afinal, vai ser o último capítulo mesmo, eu tinha de colocar uma 'tensãozinha' ,não é? Até a próxima parte, espro que comentem ...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Sábias estrelas de São paulo ( parte VII )

Olá,
Desculpem o atraso pra postar essa semana mas, tive uns probleminhas com o site que hospeda o player do blog, além de ter demorado um pouco pra escolher a música desse "capítulo" (We Are Broken - Paramore).
Sobre a parte VII do conto: Era para ser a penúltima mas, eu me empolguei escrevendo que, no final, tive de dividi-la em duas, então essa é a antepenúltima parte, sem conter o epílogo, claro. Espero que possam me desculpar pela demora... Leiam e tirem suas próprias conclusões:



O café dentro da livraria possuía um ar descontraído. Isso ajudava no nervosismo de Beatriz. Ela nunca fora naquele lugar antes. E nunca havia conhecido alguém que mexesse tanto com ela quanto Rômulo faz só de estar vivo. Com aqueles olhos azuis que parecem penetrar na alma de Beatriz.

Os olhos de Rômulo não conseguiam parar de olhar nos de Beatriz. Eram da cor do mel e pareciam provocar certa dependência nele. Ele já não estava mais tão apreensivo. Enquanto conversavam no caminho da livraria, ele não parava de pensar no quê dizer, o quê pensar, o quê fazer. Mas agora, só de poder olhar nos olhos de Beatriz, já não tinha mais preocupações. Como se ela conseguisse entrar na alma de Rômulo e retirar-lhe todas as preocupações e ansiedades que pudera ter.

Conversavam sobre coisas em comum enquanto esperavam seus pedidos chegarem. Descobriram ter muitas. Como um estranho hábito de procurar estrelas no céu paulistano. Até acharam estranho descobrirem que, na mesma noite, haviam notado um certo brilho estranho de certas estrelas, mas ambos dormiram por razões muito parecidas.

- Mas, então, Rômulo, por que queria tanto falar comigo? Ainda não consegui entender...
- Mas Beatriz, eu já lhe falei. Por mais que eu não te conhecesse, eu senti como se tivesse que te conhecer.
- E você sentiu isso sem explicação nenhuma? Rômulo, sejamos sinceros, o que você quer comigo?
- Eu não sei, eu só quero conhecer você, sei lá, conversar, como estamos fazendo, ou até mesmo não falar nada, mas só de você estar aqui ,comigo, e ter aceitado o meu convite, já é muito pra alguém como eu ...

E Beatriz notou o tom triste com o qual ele se referiu a si mesmo. Pôde ver que ele tentava explica-la, algo que ele mesmo não sabia o motivo. E percebeu que, a súbita tristeza dele vinha de algo mais triste que ele guardava dentro de si.

- Como assim, “alguém como eu...”, Rômulo?
- É que eu não sou muito de ser levado a sério, sabe?

Rômulo tentou relutar, mas contou parte de seu sofrimento para Beatriz. Não queria ter que dizer o quanto era triste por sentir um vazio no peito e temia que ela o achasse um “solteirão” frustrado. Mas não conseguia esconder nada dela. Como se ele próprio lutasse consigo para contar a Beatriz a razão de suas frustrações.

Ele percebia o olhar atento,compreensivo de Beatriz, como se ela entendesse perfeitamente o quê ele dizia. Como se entendesse tudo aquilo que ele lhe falara e isso o confortava.

Ela ouvia da boca de Rômulo, tudo aquilo pelo qual estava passando também e não acreditou encontrar alguém que sentisse o mesmo que ela, a mesma solidão, o mesmo vazio, a mesma dor. Compreendia cada palavra ou olhar de Rômulo, pois sentia o mesmo que ele, e ambos estavam cansados de sofrer.

- Eu não acredito...
- Mas Beatriz, é sério. Eu...

Beatriz o interrompeu.

- Eu sei como é sentir isso, Rômulo. Eu também me sinto assim...

Ela mesma não entendia mas, sua voz adquiriu vontade própria e começou a dizer tudo pelo qual havia passado nos últimos meses. Contou dos seus desamores, do seu sofrimento, da sua dor.E sentia o olhar penetrante e, agora surpreso de Rômulo acompanhar atento cada trecho ou palavra do que dizia, parecendo conforta-la e entendê-la simultaneamente.

E as vozes eram ouvidas por ambos no espaço de minutos que pararam, enquanto aqueles dois aprendiam que nunca estiveram realmente sozinhos em suas solidões.


Espero que tenham gostado e, só mais umas notas:

1- Muito obrigado mesmo pelos comentários no post anterior! Muitos deles foram um grande prazer ao ler, por notar a sinceridade contida neles, muito obrigado!
2- Agradeço ao blog Muito Sobre Algo pela parceria e espero que essa amizade entre blogs possa gerar bons frutos.

Bom, é só. Até a próxima semana com o penúltimo capítulo... Isso se eu conseguir postar, pois na próxima semana será a minha primeira semana na faculdade (Peço que me desejem sorte!!).

domingo, 20 de julho de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (parte VI )

Olá,
Antes de tudo, eu gostaria de pedir desculpas pelo tempo sem postar. Saibam que eu tive muita coisa pra fazer, e muito pouco ânimo pra escrever. Pra ser sincero, minha miva não está tão bem assim e, mesmo que não possa reclamar dela (por saber que existem pessoas em piores condições),isso não me impede de ficar triste e de me sentir um pouco solitário. Mas vamos esquecer esse papo e falar um pouco sobre essa nova parte do conto:
Nunca tinha colocado Evanescence (minha banda favorita) no conto antes! E vocês verão que esperei o momento certo pra isso (Anywhere é uma linda música).
O conto ainda não acabou, mas está entrando na reta final, mas ainda faltam uns dois ou três capítulos, e um epílogo que ainda não escrevi, mas, só pelas idéias, promete vaaler à pena esperar. Agora vamos parar de conversa e ler o conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões:



Cinco horas, era o que marcava o relógio do escritório de Rômulo, mesmo que este não estivesse lá para vê-lo. Desde as quatro e meia estava na porta do restaurante esperando por Beatriz. Não sabia o que fazer. Agora que já havia convidado Beatriz para “conversar” não sabia como e onde faria isso. E se surpreendia consigo mesmo, ao notar o quão infantil estava sendo. Como se Rômulo voltasse a ser um adolescente no auge do primeiro amor.

Beatriz tentava lembrar quando havia sentido algo parecido. Não sabia. A felicidade por ter sido chamada por Rômulo, mesmo que apenas para conversar, era tanta que eliminava quaisquer vestígios de solidão que antes ela pudesse sentir. Isso a lembrava do seu primeiro namoro, não pelo namorado, mas sim pelo sentimento. A sensação de ter descoberto algo pelo qual esperava há muito tempo. Era assim que se sentia. Ansiava por Rômulo mesmo antes de tê-lo visto. “Eu preciso te conhecer.” Era a frase que ecoava na mente de Beatriz. Tanto por ser dita por Rômulo quanto por expressar tudo o que passava na cabeça dela naquele momento.

Enquanto terminava de trocar de roupa o relógio mostra cinco horas e ela apressadamente termina e sai do restaurante.

Rômulo conseguia ver Beatriz saindo por uma porta nos fundos do restaurante e se dirigia para lá. Entretanto refreou-se para não transparecer sua ansiedade. Já havia deixado sua “infantilidade” transparecer dentro do restaurante e não queria repetir o feito do lado de fora. Esperou que ela chegasse para poder falar com ela. Mas conforme ela andava, mais seus pensamentos se confundiam, apenas convergindo num só coro: “Ela é linda.”

Beatriz sentiu suas bochechas esquentarem ao deparar-se com Rômulo a fitando com aqueles olhos. Sentia poder se perder nos olhos azuis de Rômulo. Mas reparava que ele não era apenas um par de olhos azuis. Reparava como cada centímetro daquele homem a magnetizava.

- Olá Beatriz. Vamos?
- Vamos aonde Rômulo? Eu lhe disse que não posso demorar.
- É aqui perto,tem um livraria com um café nos fundos...

Rômulo decidira por levá-la a uma livraria com um café nos fundos. Adorava aquele lugar por, além de não ser muito movimentado, a atmosfera de livros sempre o fascinara, e também por possuir o melhor café da cidade de São Paulo e ser um ótimo lugar para conversas informais.

Beatriz não queria ir de carro. Parecia não querer andar no carro de um desconhecido sem nem conhece-lo direito. E Rômulo percebeu isso. Portanto, a livraria era exatamente a melhor escolha. Por estar a poucos metros do restaurante.

Rômulo a guiava enquanto lhe falava coisas sobre o lugar. Mas ela não se importava com nenhuma palavra dita por ele. Beatriz iria até as estrelas se ele a guiasse. Sentia que podia confiar naquele homem, mesmo sem conhecê-lo. Mas seu bom senso falou mais alto e ela, por vezes, olhava atentamente para onde estava sendo levada.

As ruas da cidade de São Paulo se tornavam menos densas quando eles passavam. Como se, apenas por estarem lá, tudo mudasse. Até a poluição não era tão notória assim, dando lugar a um inexplicável frescor de brisa que passava e acalentava os dois. E essa brisa parecia congratulá-los por finalmente tomarem um passo adiante.



Bom, espero que tenham gostado tanto da nova parte do conto, quanto do novo layout, que não mudou muito, mas serviu pra reduzir o esforço da vista ao ler as postagens. Acho que é só, até a próxima e não deixem de comentar

domingo, 8 de junho de 2008

Sábias estrelas de São Paulo ( Parte V )

   Mais um capítulo e esse não foi uma cena que eu resolvi aumentar.
   Demorei um pouco mais do que o de costume para postar mas, eu já havia dio que não seria tão regular assim e, nessas semanas eu fiz tanta coisa (de exames médicos até festas e idas no banco), fora que preciso resolver uns trabalhos que tenho a entregar no curso, e isso tomou muito meu tempo, assim como drenou um pouco da vontade de escrever. Mas o que importa é que estou de volta e com mais um capítulo.
    A música desse capítulo é "Dare You To Move - Switchfoot" e antes de perguntarem, aviso que a escolha não tem nada a ver com o fato dessa música ser trilha sonora do filme "Um Amor Para Recordar". Na verdade, fiquei sabendo desse fato só no começo desse ano, quando fui assistir pela primeira vez o tal filme, e já tinha essa música bem antes, na época do primeiro filme "Homem Aranha", do qual a banda também faz uma participação na trilha sonora.
   Bom, encerro por aqui o papo e posto logo o capítulo. Leiam e tirem suas próprias conclusões:



Os raios de sol iluminavam o rosto de Rômulo, acordando-o. Eram nove horas da manhã e ele não tinha pressa alguma para trabalhar. Tinha funcionários que poderiam segurar as pontas por semanas sem que ele aparecesse por lá. Entretanto, prontamente pôs-se a tomar um banho e tomar seu café para ir a seu escritório. Não que precisasse, apenas seria mais fácil partir de lá para o restaurante onde conhecera Beatriz. Ele ainda não sabia ao certo, mas dentro de si crescia uma vontade constante de ver Beatriz. Precisava disso. E foi para o trabalho pensando em Beatriz.

Eram nove horas e Beatriz estava com a cabeça nas nuvens. Estava num horário que a permitia algum tempo entre os atendimentos, afinal, poucos eram os que comiam algo no restaurante às nove da manhã.

Ela ainda lembrava de um cliente que chegara no dia anterior no horário do almoço, nunca havia o visto mas, de certa forma, parecia conhecê-lo de muito tempo. Aqueles olhos azuis que pareciam penetrar na alma de Beatriz e, de certa forma ainda estavam lá: Presos à alma e mente de Beatriz. E ela olhava no relógio perto da recepção esperando que os ponteiros do relógio trouxessem aquele homem para aquele lugar mais uma vez.

As horas pareciam demorar a passar e o ponteiro do relógio não andava tão rápido quanto deveria, ao menos era o que Rômulo dizia a si mesmo. Ele, de sua cadeira em seu escritório, olhava para o relógio que ficava de frente para ele na parede e questionava, quanto mais teria de ficar ali, esperando a hora passar.

Sabia muito bem que poderia sair dali e ir direto ao restaurante, mas se não fosse o turno de Beatriz correria um grande risco de não encontrá-la. Deveria ir exatamente na mesma hora, para não errar e não poder perder a chance de ver Beatriz. Onze e meia, não esperaria mais: levantou-se de sua cadeira, despediu-se de seus funcionários e pegou seu carro para chegar o mais rápido ao restaurante.

Um carro preto estaciona e de lá sai Rômulo, ele entrega as chaves ao manobrista e segue para a entrada do restaurante. E Beatriz observa tudo isso por uma das janelas. Seu coração começa a acelerar.

- Júlio, tem como você atender essa mesa aqui pra mim, por favor?
- Sem problemas, Bia.

Ela agradece ao seu colega e espera Rômulo se sentar. Dirige-se à ele e tenta tomar um tom profissional, para esconder sua felicidade interna.
- Boa tarde, senhor. Posso lhe ajudar.
- Beatriz, não me chame de senhor, não se lembra de mim? Eu vim aqui ontem e...
- Eu me lembro senh...ou melhor, Rômulo.

Ambos tentam esconder o rubor em suas bochechas. Um por achar ter sido um tanto infantil ao se (re)apresentar e a outra, por não ter conseguido esconder a felicidade em tê-lo visto novamente.Beatriz anotou o pedido de Rômulo, que pareceu a olhar mais intensamente enquanto pedia, e foi seguindo para entregar o pedido e esperar para entregá-lo quando de súbito, ouve Rômulo a chamando.

- Beatriz, por favor, poderia voltar aqui?
- Sim, Rômulo, o que foi? Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Sim. É que...Eu queria saber se você vai fazer algo depois do seu expediente aqui no restaurante...? É que eu vim aqui mais para te ver e, eu queria saber se..Depois daqui...
- Rômulo, você está me convidando para sair?
- Er... Bem, é sim. E então? Você aceita?
- Olha, Rômulo, a gente mal se conhece e você já me convida pra sair, assim, do nada?
- É que, bem, eu não sei explicar, só que parece que eu preciso te conhecer. Você pode achar estranho mas, quando eu te vi aqui, logo eu senti isso...

Beatriz permaneceu um pouco estática. Como aquele homem na sua frente estava dizendo, ou melhor, explicando exatamente o que ela sentia por ele, sem saber, e ainda dizendo que era isso o que ele sentia? Ela obviamente aceitaria, mas, por ser receosa resolvera argumentar mas, com essa “explicação” de Rômulo, ela não tinha como argumentar.

Rômulo estava se sentindo um idiota. Fora infantil demais em se explicar, infantil demais em pedir para sair com Beatriz. Infantil e bobo demais, ao menos era o que pensava. A essa altura já nem olhava para os olhos de Beatriz, talvez por medo de receber uma negação, talvez por estar envergonhado demais, coisa que não costumava sentir por nenhuma outra mulher. Talvez fosse isso. O Fato de não sentir nada tão inexplicável por outra mulher sem ser Beatriz. O fato de um sentimento novo o deixava daquela forma. E ele não sabia se podia argumentar por mais tempo.

- Eu saio daqui umas cinco horas.

Rômulo havia se surpreendido com a fala de Beatriz.

- Então eu posso passar aqui a essa hora?
- Pode sim. Só não posso demorar muito.

Beatriz podia demorar o tempo que quisesse. Mas decidiu não dar esperanças de algo a mais para Rômulo, caso ele apenas a quisesse por uma noite.

- Tudo bem, eu passo aqui às cinco. E, tudo bem se você não pode demorar, eu só preciso conversar um pouco com você.

Beatriz então tomou seu rumo para entregar o pedido e esperar para levá-lo a Rômulo. Mas Beatriz tinha algo que não a deixava pensar direito, algo como uma frase não dita a Rômulo: “Eu preciso te conhecer.”

“Eu preciso te conhecer” balbuciou Rômulo com um sorriso nos lábios ao ver Beatriz saindo. Ele realmente estava feliz como há muito tempo não estava e, ao que tudo indicava, essa felicidade estava apenas por começar.

E frases não ditas misturavam-se aos pensamentos de ambos, cada um pensando no outro, como se, agora, estivessem prontos para dar um passo à frente rumo ao que desconheciam, mas sabiam ser o melhor para suas vidas.


Espero que tenham gostado do capítulo. Ainda não escrevi o final. Não escrevi nado desse conto nesas duas semanas. Verei se consigo encrever mais nessa semana. Mas o final já está planejado, só não escrito...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte IV)

Olá, como estão vocês? Eu estou bem , obrigado por não perguntarem. Desculpe a demora mas, é que tive um fim de semana um pouco cheio, além de uma festa memorável no sábado e um workshop de merda da Oi no domingo, tive uma crise alérgica (que se prolonga até agora). Mas tudo bem, ao menos por enquanto...
Quanto ao texto, o de hoje também é mais uma cena que eu decidi prolongar, como eu havia dito no primeiro capítulo do conto, esse é um conto que não pretendo editar, ao contrário do que fiz com o "Em um inverno", meu primeiro conto. Então, não estou cortando nada do conto, e esse parece se prolongar um pouco mais, espero que possam compreender. 
A música desse post é a "Quem Sabe - Sabrina Sanm" ,uma cantora não tão conhecida pela mídia, mas muito boa como poderão comprovar com a música, espero que gostem. Vou parar por aqui com o papo. Leiam e tirem suas próprias conclusões:


Beatriz entregava seu corpo para a água do chuveiro e, assim lavava, não somente seu corpo, porém sua alma. Aquela chuva havia feito ela se sentir melhor somente por estar sentindo-a enquanto caminhava. Por mais que sua mente estivesse mergulhada no azul dos olhos de Rômulo, ela ainda conseguia sentir-se viva e feliz o suficiente somente por estar viva. Ou era algo que ela não sabia, mas a motivava a ser feliz.

Arrumou-se. Entretanto, não sentiu vontade de sair ou chamar ninguém para sua casa. Preferiu ficar em casa sozinha e tentar se divertir assim mesmo. Ligou a televisão e procurou por algum filme de comédia, mas não o achou. Foi para a cozinha preparar algo para comer enquanto apenas escutava as cenas de um filme romântico, porém divertido, que passava em um dos canais.

Após o filme. Preparou seu jantar e, após a refeição foi dormir. Ou pelo menos tentou. Aquele azul ainda estava em seus pensamentos. Ela queria reencontrar Rômulo. Desejava que ele voltasse no dia seguinte, nem precisava falar com ela, somente de vê-lo ela ficaria feliz. Já estava feliz por tê-lo conhecido... Era isso! O motivo de sua felicidade ERA Rômulo.

Rômulo chegou em sua casa por volta das oito da noite e rapidamente tomou seu banho e se trocou, pediu uma pizza para jantar e, após isso foi tentar dormir. Apenas tentar.

Beatriz ainda estava em sua cabeça e ele sabia que, de certa forma queria reencontrá-la. Ela deveria trabalhar no dia seguinte também. Ele, então deveria almoçar no mesmo restaurante. E, assim dormiu, na esperança de reencontrar Beatriz, coisa que, ao menos em sonho podia realizar naquele momento.

Rômulo havia deixado uma sensação muito agradável em Beatriz. E ela queria que ele pudesse fazer mais por ela e, de certa forma, agradecê-lo por isso. Seus olhos azuis ainda paravam nos pensamentos e sonhos de Beatriz. E ela adormecia feliz, por poder ter a chance de encontrá-lo em seus sonhos.

Os sonhos de ambos eram os mesmos, um via ao outro e podiam sentir como se tivessem suas almas ligadas desde o momento que se viram e que, ainda em sonho, elas poderiam ficar juntas.


só um aviso: eu não sei quando esse conto vai terminar pois ainda não escrevi o final, portanto, peço mais uma vez a compreensão e paciência de todos que o acompanham.

domingo, 18 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte III)

Primeiramente, gostaria de avisar que essa era um tipo de "final" da segunda parte do conto, entretanto, gostei tanto do final dessa "cena", que resolvi postar posteriormente e como se fosse outro capítulo. A música também é outra, e em japonês, espero que não se incomodem (muita gente ouve em inglês sem nem saber a tradução, por quê não em japonês também?)e, se gostarem da música, eu disponibilizei a letra e a tradução dela, é uma artista que eu gosto muito e espero que gostem da música (aconselho a lerem ao menos atradução pois vale à pena). Agora vou deixar de papo e colocar logo a terceira parte do conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Depois daquele almoço, Rômulo parecia diferente, se sentia assim. Mas não entendia o porquê de um simples restaurante ter modificado algo inexplicável dentro de si. Começou a pensar na comida, na aparência do restaurante, na forma como foi tratado e subitamente seus pensamentos votaram-se para uma explicação óbvia, porém inesperada: Beatriz.

Ela o fazia sentir-se diferente e, de alguma forma, melhor só de tê-la conhecido. Percebeu que, sua solidão não era mais tão grande comparado à atração que sentia por Beatriz. Era como magnetismo, algo com o qual ele não podia lutar, e que lhe agradara muito sentir.

“Atendê-lo foi estranhamente mágico” pensava Beatriz. Seus olhos, ao encontrarem os de Rômulo pareciam ter encontrado algo que procuravam por muito tempo. E ela queria continuar trabalhando somente para despedir-se dele, mas seu turno havia acabado e, como de costume, e ainda lembrando de como os homens podem enganar e seduzir (assim como Célio havia feito com ela), foi trocar-se para ir para casa.

Mas aqueles belos olhos azuis pareciam magnetizá-la. Ela estava tentando fugir de algo que seu corpo e seu coração diziam ser inevitável. Ela se perguntava se isso era possível, se era possível estar se sentindo dessa maneira. Não era amor, ao menos não achava ser, era mais como magnetismo, que a puxava para Rômulo, mesmo que não fisicamente.

Rômulo havia percebido que não havia visto Beatriz por perto. Pediu sua conta, na esperança de tê-la novamente perto de si, mas uma outra mulher o atendeu. E ele, ainda que um pouco decepcionado, fez questão de perguntar:

- Com licença, poderia me informar onde está a Beatriz?

A mulher se espantou com a pergunta, um tanto quanto inusitada pela intimidade com a qual aquele homem havia tratado uma das funcionárias, mas respondeu-o.

- Seu turno acabou a uns quinze minutos, ela já deve ter saído do restaurante, mais alguma coisa, senhor?

- Não, muito obrigado.

Rômulo pagou sua conta e saiu do restaurante, um pouco pensativo, e um tanto quanto decepcionado. Mas tentou esquecer. Beatriz não deveria nem tê-lo notado. Como sempre, ninguém o percebia, ao menos, era o que ele pensava. Pegou seu carro e partiu rumo ao seu escritório, mãos no volante, olhos no trânsito e mente em um lugar onde não fosse tão imperceptível, e que alguém pudesse notá-lo e o amar. Estava tão longe, que não percebeu uma figura andando ao lado de seu carro, cobrindo-se com um casaco para que a chuva não a atingisse.

Beatriz andava. E somente seu corpo fazia isso. Seus pensamentos pairavam entre a tristeza e a solidão que bem conhecia e um azul que a aquecia por dentro. Mas a tornava fria por pensar que esse azul poderia pertencer a alguém, ou apenas por não se achar merecedora dele.Estava cansada de viver sem ter ninguém para compartilhar a vida. As gotas de chuva não a afetavam, ela sentia o frio, não o da chuva, mas de seu próprio coração.

E a chuva castigava muitos, mas desejava, com a mesma intensidade, punir Beatriz e Rômulo por não aproveitarem um ao outro, por nem ao menos tentarem, enquanto tentava limpar a alma e aliviar o coração de ambos, cansados de sofrer.


Agora,como prometido, a letra e atradução dessa música. O Nome da música é "Smile Again" e quem canta é a BoA Kwon. Disponibilizarei abaixo os links tanto da letra,como da tradução.

Letra de Smile Again
Tradução de Smile Again

sábado, 10 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (parte II)

   Olá. Desculpem a demora , é que meu pc teve alguns problemas com a conexão e, como esse ,além de ser um post importante, também é um pouco experimental, por colocar um player de MIDI no blog, o que não é nada fácil tendo o Opera como navegador. Mas consegui um player que funcione. Não sei se posto um capítulo por semana, vou tentar, mas caso não consiga, posto algum texto, ou simplesmente desculpas. 
    A música desse capítulo é a "Bad Day - Daniel Powter".
   Outra coisa que eu queria falar, eu mudei o banner do blog, pois o antigo era grande e eu prefiro algo mais simples. Também deletei o banner dos blogs inativos. Se alguém quiser uma parceria, ou uma simples troca de banners, envie o banner para o e-mail "gregory.vancher@gmail.com". Se o meu banner estiver no blog, eu retribuo.  Mas vamos deixar de papo sobre o blog, vamos à segunda parte do conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões. 







    O despertador tocava acordando Beatriz. Eram seis da manhã de mais um novo dia de trabalho e sofrimento. Ela até gostava do novo emprego, seus colegas de trabalho a ajudavam e os freqüentadores do tal restaurante, nunca lhe causaram problemas. Sofrer era o maior problema, mas esse ela não sabia como curar. Seu coração parecia precisar de algo e a lembrá-la todo momento disso.

    Levantou e foi tomar seu banho apressadamente. Tomou seu café da manhã, preparado rapidamente por ela mesma, numa rotina que parecia piorar seu estado emocional. Arrumou-se e desceu do prédio, a caminho do serviço, afinal, apenas duas quadras de onde ela morava e lhe fazia bem andar para, momentaneamente, esquecer os recentes acontecimentos de sua vida.

    Ela havia sofrido bastante. Célio era o rapaz perfeito, ou parecia ser. Ele a levara a teatros, restaurantes, cinemas, mas o que realmente queria era levá-la para seu quarto. Beatriz não era acostumada a entregar-se tão cedo e, portanto resolvia esperar mais e mais. Mas Célio demonstrava sinais de impaciência, mesmo dizendo que esperaria que ela estivesse pronta.

    Até que ela se entregou, após um encontro marcado por uma peça de teatro e um jantar num restaurante japonês. Ele a levou para um dos motéis de São Paulo e lá, eles tiveram sua primeira noite. Primeira e última. Ao acordar, ela encontrara um bilhete na cama dizendo:

“Adorei a noite, mas não quero repetir a dose. Você me custou muito caro, princesa. E pra não dizer que sou mão-de-vaca, o motel está pago.
Ass.: Célio”

    Sofrer ela não queria mais. E, com uma lágrima do passado rapidamente removida, entrou no restaurante e foi se trocar para começar a trabalhar no turno da manhã, que ia até às 14h.

    Rômulo havia acordado tarde. Às dez estava abrindo os olhos pela primeira vez no dia. Não tinha pressa. Deveria aproveitar a manhã, tomar um café e apreciar o dia. Mas apreciar era algo que ele não fazia há muito.

    Resolveu tomara seu café no quarto e, ainda com o roupão do banho matinal, apanhou seu jornal e começou a folheá-lo. Rômulo sabia que nada havia de interessante naquele jornal, nem em qualquer outro. Nem em sua vida. Mas algo precisaria mudar.

    Quando terminou sua leitura já eram 12:30h. E pensou em almoçar. Já se dirigia para a cozinha quando subitamente teve uma vontade: Queria almoçar fora de casa. Procurou na internet um lugar que fosse perto de sua casa e encontrou um restaurante que, de certa forma, chamou-lhe a atenção. Arrumou-se, pegou o carro e se dirigiu ao tal local.

    Chegou no restaurante e achou o lugar acolhedor. Como se sentisse estar no lugar certo. Procurou uma mesa e sentou-se, esperando por ser atendido.

    Beatriz acompanhou cada passo daquele homem. Seu turno acabaria em 30 minutos, mas ela sentia poder continuar o expediente somente para vê-lo. Achou estranha essa sensação e tratou de atendê-lo prontamente.

    Rômulo já não sabia mais se queria almoçar. Aquela mulher, Beatriz, o atraía somente de estar perto dele. Como se estivesse magnetizado, hipnotizado. Ela era linda: por volta de 1,70m, magra, loira com o cabelo na altura da cintura e com olhos da cor do mel. A pele branca combinava perfeitamente com o uniforme e realçava seu corpo por inteiro. Mas não era a beleza de Beatriz que Rômulo apreciava, ele sentia que deveria conhecer Beatriz, devia apaixonar-se por Beatriz, se é que já não estivesse.

    Beatriz anotou o pedido, mas relutava em sair de perto dele, Rômulo. Levou seu profissionalismo mais a sério e afastou-se, mesmo ainda olhando algumas vezes para ele. Ele parecia ter algo especial que ela necessitava saber o que era. A forma gentil com a qual se apresentou, mesmo sem ser necessário. A forma como a olhou e o sorriso de Rômulo pairavam por sobre os pensamentos de Beatriz. Ela não sabia explicar o porquê de estar assim, ou sabia, mas tentava disfarçar, enquanto esperava a próxima chance de se aproximar de Rômulo.

    E aquele restaurante havia mudado naquele dia. Algo de intrigante e mágico parecia dançar invisível no ar. Nenhum dos clientes, atarefados ou apenas conversando, parecia perceber o quê acontecia. Mas Beatriz e Rômulo sentiam, só não sabiam explicar, ainda...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Espaço em branco

    Me desculpem. Não tenho nada mais a dizer. É verdade que eu abandonei esse blog por um bom tempo. Mas tive meus motivos, pessoais e de saúde. Agora estou de volta. Entretanto, não continuarei com o conto. Irei continuá-lo mais adiante. Hoje preciso colocar um outro texto, espero que gostem e possam compreender. Leiam e tirem suas próprias conclusões.


Espaço em branco

    Mais uma noite solitária na vida daquele homem. O sabor do vinho tinto ainda em seus lábios como um beijo que quisera dar, mas não havia boca para recebê-lo. Seus olhos fixados na tela de um computador vagavam por um espaço maior do que as palavras encontradas por lá. Ele começara a se habituar com isso.

    Tudo fora um conto de fadas, conheceram-se, ele havia se encantado e ela retribuído o olhar. O primeiro beijo foi numa tarde onde nada se pode sentir, mas a noite onde o segundo beijo foi dada, fez com que eles quisessem viver uma vida inteira juntos. Tornaram-se cúmplices, amigos, e ele pensava a cada minuto numa forma de fazê-la feliz.

    Mas a vida não é feita de sonhos, e ela, com palavras que não podiam ser ditas, quebrou todo o encanto, resultando numa pura realidade: Ele, ferido. Não podia perdoá-la, seu amor fora tratado como um brinquedo que, após o uso, faz com que a criança o jogue fora. E ela jogou fora todo o amor que ele havia lhe ofertado.

    Ele agora seguia sua vida: Amigos, festas, outras mulheres, outras bocas; nenhum outro amor. Por mais que ele tentasse, amar outra pessoa não era tão fácil assim. E não era por ainda amar ainda aquela mulher, e sim por não conseguir mais sentir algo tão bom.

    Medo de sofrer? Talvez, mas ele já havia tentado, em vão. Sabia que só o tempo poderia ajudá-lo nessa jornada para encontrar alguém para amar. Não temia passar pelo processo novamente, ele ansiava um novo amor, e por qualquer dor que ele pudesse trazer.

    Não agüentava mais era sentir um vazio em seu coração. Queria preenche-lo com raiva, ódio, tristeza, sofrimento; qualquer sentimento ruim seria melhor do que esse vazio. Mas não tinha mais motivos para sentir raiva, ódio, ou qualquer um desses sentimentos. Restava-lhe deixar um espaço em branco em seu peito enquanto espera algo ou alguém ajudar a preenchê-lo.

    A tela volta a tomar forma na sua frente. Seu devaneio some e se transforma em palavras, escritas e salvas em um documento. Queria poder enviar para o mundo, anexado com o seu vazio.

 

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (parte I)

   Olá,
    De volta e com um novo conto. Hoje meu dia não foi muito bom. Mas acho que nã deva comentar sobre ele aqui por estar tão ansioso com o retorno de vocês sobre o primeiro capítulo do conto, que esqueci de ficar chateado com o dia.
    Nesse conto eu trago algo a mais, uma música para cada capítulo. Comecei a escrever o conto sem elas mas, ao passar da narrativa, vi que elas conseguiam transmitir parte da "emoção" que deixei apenas escrita. Espero que gostem.
    Bom, antes do primeiro capítulo, aqui está o download da primeira música:

Amsterndan - Coldplay

   Se quiserem ouvi-la, é só fazer o download. O arquivo não é tão grande assim Mas se optrem por não fazer o download, não há problema, pois não há citações da música no texto e nem esta é necessária para a compreensão do texto.Entretanto, quem for baixar, aconselho a ler enquanto escuta a música, mas é apenas um conselho. 

  Agora sim, aqui está o primeiro capítulo do novo conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões:



   Rômulo era um empresário da cidade de São Paulo. Seus negócios iam bem e ele podia desfrutar do melhor que o dinheiro podia lhe dar. Mas sempre buscava por algo mais. Não era riqueza, mas algo que pudesse completar o vazio que costumara sentir em seu peito.

   Costumava freqüentar bares paulistanos à procura de alguém que lhe tirasse esse vazio, mas nunca conseguiu nada mais do que algumas boas noites de sexo. E, a cada nova tentativa, mais uma frustração. E ele estava começando a ficar cada vez mais em casa, sozinho.

   Costumava se perguntar o que lhe faltava. Não era feio: Esguio, era branco e possuía olhos azuis que lembravam a cor do céu, que faziam um belo contraste com seus cabelos negros curtos e bem tratados. Sempre foi habituado a tratar as pessoas com igualdade, sem se fazer valer por sua classe social e não consegue se recordar se alguma vez tratou alguém mal, não que não tenha se desculpado posteriormente. Mesmo assim era infeliz.

   Ele costumava ficar sentado em sua cama usando seu laptop para ler e-mails e resolver qualquer problema de trabalho que surgisse. Mas nunca deixava de olhar para o céu noturno da cidade de São Paulo, à procura de algo bem maior do que o brilho de uma ou outra estrela que aparecia naquela visão.

   E Beatriz não se cansava de procurar no brilho das estrelas uma razão para continuar vivendo. Não que vivesse mal ou algo do tipo, apenas não conseguia mais suportar a falta de alguém para amar.

   Tinha 27 anos bem vividos. Mas não conseguia entender o porquê de estar naquela situação naquele momento de sua vida. E, não entender, estava consumindo-a por dentro. Viver em São Paulo estava se tornando um fardo para ela. E ela não queria mais, mas também não desejava mais ir para algum outro lugar.

   Nos seis meses que passou na cidade, conheceu apenas um rapaz, que lhe fora gentil, mas apenas com a intenção de levá-la para a cama, e sumiu após ter conseguido. E ela estava farta de ficar sozinha, mas não queria qualquer um, apenas alguém que a tratasse com carinho, que a amasse, e que ela pudesse amar.

   A noite paulistana não a atraía mais, as luzes, os ruídos, não a fascinavam, não tanto quanto o céu, que se revelava tímido naquela cidade (por culpa da poluição), e o brilho das estrelas, por mais raras de serem encontradas, eram o conforto que Beatriz precisava naquele momento, pelo menos para dormir e, enfrentar mais um dia de trabalho no restaurante no qual trabalhava. Precisava dormir, e, fechando os olhos em sua cama, caiu nos braços de Morfeu.

   Rômulo já não queria mais resolver seus problemas, no dia seguinte terminaria seu trabalho, não precisava ter pressa. Além do mais, olhar para o céu noturno era mais intrigante. Perceber pontos cintilantes piscando para ele era como se fossem companheiras para sua solidão e, desligando seu laptop e o colocando na mesa de cabeceira, ficou a olhar o céu de sua cama. Adormeceu sob o céu paulistano e o brilho das estrelas.

   Mas aquelas mesmas estrelas que eram companheiras de Beatriz e Rômulo pareceram entender que, aqueles dois precisavam um do outro, e que deveriam se conhecer, mas isso seria um outro dia.

   Espero que tenham gostado. Tanto da música quanto do conto. Acho que é só isso. Volto semana que vem com o segundo capítulo. E só mais uma coisa: Ainda estou escreveno esse conto, então não posso dizer quantas partes ele irá possuir.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

De volta

    Olá,
       Primeiramente gostaria de pedir desculpas por ficar tanto tempo ausente. Estava necessitando tirar umas férias e, o blog parou junto comigo. Entretanto, não fiquei tão parado assim desde que parei de postar, ando sim escrevendo um novo conto,  só não acho que está pronto para ser publicado aqui, Peço desculpas mais uma vez por isso.
     Agora vamos falar do que mudou de lá para cá. Não me recordo de ter informado que, no ano passado havia prestado vestibular, ms agora preciso dividir a alegria de ter passado para a UFRJ com vocês! O meu ano mal começou e eu já tenho essa boa notícia. Não sei como vai ficar o blog nesse periodo q eu estiver na faculdade mas, como só começo em agosto, ainda tenho um bom tempo para pensar nisso (espero não ter que parar por culpa da faculdade).
     Agora, vou parar de papo e postar mais um texto. Esse eu tinha escrito numa situação não tão boa da minha vida amorosa (brigado com a namorada), mas parece ter  muito mais sentido agora, depois de algum tempo ter passado. Leiam e tirem suas próprias conclusões.


    Às vezes as pessoas param pra pensar na vida. Rever seu passado projetar-se no futuro. E isso não é lá uma coisa ruim. Existem aqueles que não gostam de usar da pratica mencionada e viver apenas no presente. Não os recrimino, nem tampouco os acho em sua plena razão. Apenas sigo vivendo o meu presente, relembrando meu passado e planejando meu futuro.

    Nem sempre olhar para trás é uma coisa ruim. Até acho algo muito produtivo, pois sempre temos algo a aprender com os erros que outrora cometemos. Aprender, não se lamentar. Viver das ruínas do passado é ser levado por ele e ser apenas mais um espectador no grande teatro da vida. Sofrer por sentimentos, dores ou desconfianças antigos é se flagelar e perder a chance de receber os afagos que o presente e o futuro reservam após um momento de dor. Portanto não os faço, e tento ajudar os que me cercam a não faze-lo também.

    Viver o presente não me basta. Pois a escuridão do caminho só toma forma e luz a partir do momento em que crio meu próprio caminho em direção a ela. Sem pensar no futuro, ou sem evitar os trilhos do passado, é como se seguisse em grandes círculos onde nada é mais novidade e todo o presente passa a ser tão nostálgico quanto o passado. E não desejo mais andar em círculos. Devo seguir em frente, mesmo com dores e pedras no meu caminho, pois sei que, no final desse caminho, não terei que carregar o peso do arrependimento.

    Olhar sempre para o futuro é tentar atingir o último degrau de uma escada sem antes pisar no primeiro. Temos todos (ou pelo menos, a maioria) sonhos e planos e a vida seria bem melhor se pudéssemos ficar admirando-os e vivendo deles, mas não é assim. Para fazer um sonho tornar-se real, temos que lutar por ele. Algumas dessas batalhas são facilmente vencidas, mas nem sempre é tão fácil ganhar as glórias da vitória e do sonho conquistado. Precisamos lutar, cair, levantar, melhorar, superar, para enfim, vencer.
    
    E vencer no futuro é aprender com o passado e trilhar bem o presente. É aprender que, se a vida não está tão bem assim...A culpa pode ser única e exclusivamente sua.


      Bom, espero que tenham gostado. Não tenho muita coisa a dizer agora então:
Muito obrigado e tchau! (até semana que vem, talvez com o novo conto)





quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Amo-te


Olá,
Genki desu ka, minna? (como estão vocês, pessoal?; trad. do japonês)
E de ano novo, como foram? O meu não foi muito bom mas não posso reclamar muito, pois Ipanema e Copacabana são lugares ótimos. Estava decidido a não postar por enquanto, pois estou sem muita criatividade para escrever esses dias. Mas hoje, voltando pra casa após comer uma pizza com uma amiga minha, tive uma certa inspiração para um novo conto ou texto (nunca sei como vou acabar escrevendo). Como já está um pouco tarde para escrever um conto, vou postar um antigo poema. Espero que entendam que não tenho a MENOR pretensão de ser um poeta ou algo do tipo. Sei que não sou muito bom em escrever poemas, mas espero que gotem desse. Leiam e tirem suas próprias conclusões:







E aí, gostaram? Espero que sim. E ,só para explicar uma coisa: Meu nome é Anderson sim, é que prefiro usar o Gregory Vancher em textos e na internet de forma geral, mas não tenho problemas com meu nome(só acho comum demais).