domingo, 8 de junho de 2008

Sábias estrelas de São Paulo ( Parte V )

   Mais um capítulo e esse não foi uma cena que eu resolvi aumentar.
   Demorei um pouco mais do que o de costume para postar mas, eu já havia dio que não seria tão regular assim e, nessas semanas eu fiz tanta coisa (de exames médicos até festas e idas no banco), fora que preciso resolver uns trabalhos que tenho a entregar no curso, e isso tomou muito meu tempo, assim como drenou um pouco da vontade de escrever. Mas o que importa é que estou de volta e com mais um capítulo.
    A música desse capítulo é "Dare You To Move - Switchfoot" e antes de perguntarem, aviso que a escolha não tem nada a ver com o fato dessa música ser trilha sonora do filme "Um Amor Para Recordar". Na verdade, fiquei sabendo desse fato só no começo desse ano, quando fui assistir pela primeira vez o tal filme, e já tinha essa música bem antes, na época do primeiro filme "Homem Aranha", do qual a banda também faz uma participação na trilha sonora.
   Bom, encerro por aqui o papo e posto logo o capítulo. Leiam e tirem suas próprias conclusões:



Os raios de sol iluminavam o rosto de Rômulo, acordando-o. Eram nove horas da manhã e ele não tinha pressa alguma para trabalhar. Tinha funcionários que poderiam segurar as pontas por semanas sem que ele aparecesse por lá. Entretanto, prontamente pôs-se a tomar um banho e tomar seu café para ir a seu escritório. Não que precisasse, apenas seria mais fácil partir de lá para o restaurante onde conhecera Beatriz. Ele ainda não sabia ao certo, mas dentro de si crescia uma vontade constante de ver Beatriz. Precisava disso. E foi para o trabalho pensando em Beatriz.

Eram nove horas e Beatriz estava com a cabeça nas nuvens. Estava num horário que a permitia algum tempo entre os atendimentos, afinal, poucos eram os que comiam algo no restaurante às nove da manhã.

Ela ainda lembrava de um cliente que chegara no dia anterior no horário do almoço, nunca havia o visto mas, de certa forma, parecia conhecê-lo de muito tempo. Aqueles olhos azuis que pareciam penetrar na alma de Beatriz e, de certa forma ainda estavam lá: Presos à alma e mente de Beatriz. E ela olhava no relógio perto da recepção esperando que os ponteiros do relógio trouxessem aquele homem para aquele lugar mais uma vez.

As horas pareciam demorar a passar e o ponteiro do relógio não andava tão rápido quanto deveria, ao menos era o que Rômulo dizia a si mesmo. Ele, de sua cadeira em seu escritório, olhava para o relógio que ficava de frente para ele na parede e questionava, quanto mais teria de ficar ali, esperando a hora passar.

Sabia muito bem que poderia sair dali e ir direto ao restaurante, mas se não fosse o turno de Beatriz correria um grande risco de não encontrá-la. Deveria ir exatamente na mesma hora, para não errar e não poder perder a chance de ver Beatriz. Onze e meia, não esperaria mais: levantou-se de sua cadeira, despediu-se de seus funcionários e pegou seu carro para chegar o mais rápido ao restaurante.

Um carro preto estaciona e de lá sai Rômulo, ele entrega as chaves ao manobrista e segue para a entrada do restaurante. E Beatriz observa tudo isso por uma das janelas. Seu coração começa a acelerar.

- Júlio, tem como você atender essa mesa aqui pra mim, por favor?
- Sem problemas, Bia.

Ela agradece ao seu colega e espera Rômulo se sentar. Dirige-se à ele e tenta tomar um tom profissional, para esconder sua felicidade interna.
- Boa tarde, senhor. Posso lhe ajudar.
- Beatriz, não me chame de senhor, não se lembra de mim? Eu vim aqui ontem e...
- Eu me lembro senh...ou melhor, Rômulo.

Ambos tentam esconder o rubor em suas bochechas. Um por achar ter sido um tanto infantil ao se (re)apresentar e a outra, por não ter conseguido esconder a felicidade em tê-lo visto novamente.Beatriz anotou o pedido de Rômulo, que pareceu a olhar mais intensamente enquanto pedia, e foi seguindo para entregar o pedido e esperar para entregá-lo quando de súbito, ouve Rômulo a chamando.

- Beatriz, por favor, poderia voltar aqui?
- Sim, Rômulo, o que foi? Posso ajudar em mais alguma coisa?
- Sim. É que...Eu queria saber se você vai fazer algo depois do seu expediente aqui no restaurante...? É que eu vim aqui mais para te ver e, eu queria saber se..Depois daqui...
- Rômulo, você está me convidando para sair?
- Er... Bem, é sim. E então? Você aceita?
- Olha, Rômulo, a gente mal se conhece e você já me convida pra sair, assim, do nada?
- É que, bem, eu não sei explicar, só que parece que eu preciso te conhecer. Você pode achar estranho mas, quando eu te vi aqui, logo eu senti isso...

Beatriz permaneceu um pouco estática. Como aquele homem na sua frente estava dizendo, ou melhor, explicando exatamente o que ela sentia por ele, sem saber, e ainda dizendo que era isso o que ele sentia? Ela obviamente aceitaria, mas, por ser receosa resolvera argumentar mas, com essa “explicação” de Rômulo, ela não tinha como argumentar.

Rômulo estava se sentindo um idiota. Fora infantil demais em se explicar, infantil demais em pedir para sair com Beatriz. Infantil e bobo demais, ao menos era o que pensava. A essa altura já nem olhava para os olhos de Beatriz, talvez por medo de receber uma negação, talvez por estar envergonhado demais, coisa que não costumava sentir por nenhuma outra mulher. Talvez fosse isso. O Fato de não sentir nada tão inexplicável por outra mulher sem ser Beatriz. O fato de um sentimento novo o deixava daquela forma. E ele não sabia se podia argumentar por mais tempo.

- Eu saio daqui umas cinco horas.

Rômulo havia se surpreendido com a fala de Beatriz.

- Então eu posso passar aqui a essa hora?
- Pode sim. Só não posso demorar muito.

Beatriz podia demorar o tempo que quisesse. Mas decidiu não dar esperanças de algo a mais para Rômulo, caso ele apenas a quisesse por uma noite.

- Tudo bem, eu passo aqui às cinco. E, tudo bem se você não pode demorar, eu só preciso conversar um pouco com você.

Beatriz então tomou seu rumo para entregar o pedido e esperar para levá-lo a Rômulo. Mas Beatriz tinha algo que não a deixava pensar direito, algo como uma frase não dita a Rômulo: “Eu preciso te conhecer.”

“Eu preciso te conhecer” balbuciou Rômulo com um sorriso nos lábios ao ver Beatriz saindo. Ele realmente estava feliz como há muito tempo não estava e, ao que tudo indicava, essa felicidade estava apenas por começar.

E frases não ditas misturavam-se aos pensamentos de ambos, cada um pensando no outro, como se, agora, estivessem prontos para dar um passo à frente rumo ao que desconheciam, mas sabiam ser o melhor para suas vidas.


Espero que tenham gostado do capítulo. Ainda não escrevi o final. Não escrevi nado desse conto nesas duas semanas. Verei se consigo encrever mais nessa semana. Mas o final já está planejado, só não escrito...