segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte IV)

Olá, como estão vocês? Eu estou bem , obrigado por não perguntarem. Desculpe a demora mas, é que tive um fim de semana um pouco cheio, além de uma festa memorável no sábado e um workshop de merda da Oi no domingo, tive uma crise alérgica (que se prolonga até agora). Mas tudo bem, ao menos por enquanto...
Quanto ao texto, o de hoje também é mais uma cena que eu decidi prolongar, como eu havia dito no primeiro capítulo do conto, esse é um conto que não pretendo editar, ao contrário do que fiz com o "Em um inverno", meu primeiro conto. Então, não estou cortando nada do conto, e esse parece se prolongar um pouco mais, espero que possam compreender. 
A música desse post é a "Quem Sabe - Sabrina Sanm" ,uma cantora não tão conhecida pela mídia, mas muito boa como poderão comprovar com a música, espero que gostem. Vou parar por aqui com o papo. Leiam e tirem suas próprias conclusões:


Beatriz entregava seu corpo para a água do chuveiro e, assim lavava, não somente seu corpo, porém sua alma. Aquela chuva havia feito ela se sentir melhor somente por estar sentindo-a enquanto caminhava. Por mais que sua mente estivesse mergulhada no azul dos olhos de Rômulo, ela ainda conseguia sentir-se viva e feliz o suficiente somente por estar viva. Ou era algo que ela não sabia, mas a motivava a ser feliz.

Arrumou-se. Entretanto, não sentiu vontade de sair ou chamar ninguém para sua casa. Preferiu ficar em casa sozinha e tentar se divertir assim mesmo. Ligou a televisão e procurou por algum filme de comédia, mas não o achou. Foi para a cozinha preparar algo para comer enquanto apenas escutava as cenas de um filme romântico, porém divertido, que passava em um dos canais.

Após o filme. Preparou seu jantar e, após a refeição foi dormir. Ou pelo menos tentou. Aquele azul ainda estava em seus pensamentos. Ela queria reencontrar Rômulo. Desejava que ele voltasse no dia seguinte, nem precisava falar com ela, somente de vê-lo ela ficaria feliz. Já estava feliz por tê-lo conhecido... Era isso! O motivo de sua felicidade ERA Rômulo.

Rômulo chegou em sua casa por volta das oito da noite e rapidamente tomou seu banho e se trocou, pediu uma pizza para jantar e, após isso foi tentar dormir. Apenas tentar.

Beatriz ainda estava em sua cabeça e ele sabia que, de certa forma queria reencontrá-la. Ela deveria trabalhar no dia seguinte também. Ele, então deveria almoçar no mesmo restaurante. E, assim dormiu, na esperança de reencontrar Beatriz, coisa que, ao menos em sonho podia realizar naquele momento.

Rômulo havia deixado uma sensação muito agradável em Beatriz. E ela queria que ele pudesse fazer mais por ela e, de certa forma, agradecê-lo por isso. Seus olhos azuis ainda paravam nos pensamentos e sonhos de Beatriz. E ela adormecia feliz, por poder ter a chance de encontrá-lo em seus sonhos.

Os sonhos de ambos eram os mesmos, um via ao outro e podiam sentir como se tivessem suas almas ligadas desde o momento que se viram e que, ainda em sonho, elas poderiam ficar juntas.


só um aviso: eu não sei quando esse conto vai terminar pois ainda não escrevi o final, portanto, peço mais uma vez a compreensão e paciência de todos que o acompanham.

domingo, 18 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (Parte III)

Primeiramente, gostaria de avisar que essa era um tipo de "final" da segunda parte do conto, entretanto, gostei tanto do final dessa "cena", que resolvi postar posteriormente e como se fosse outro capítulo. A música também é outra, e em japonês, espero que não se incomodem (muita gente ouve em inglês sem nem saber a tradução, por quê não em japonês também?)e, se gostarem da música, eu disponibilizei a letra e a tradução dela, é uma artista que eu gosto muito e espero que gostem da música (aconselho a lerem ao menos atradução pois vale à pena). Agora vou deixar de papo e colocar logo a terceira parte do conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

Depois daquele almoço, Rômulo parecia diferente, se sentia assim. Mas não entendia o porquê de um simples restaurante ter modificado algo inexplicável dentro de si. Começou a pensar na comida, na aparência do restaurante, na forma como foi tratado e subitamente seus pensamentos votaram-se para uma explicação óbvia, porém inesperada: Beatriz.

Ela o fazia sentir-se diferente e, de alguma forma, melhor só de tê-la conhecido. Percebeu que, sua solidão não era mais tão grande comparado à atração que sentia por Beatriz. Era como magnetismo, algo com o qual ele não podia lutar, e que lhe agradara muito sentir.

“Atendê-lo foi estranhamente mágico” pensava Beatriz. Seus olhos, ao encontrarem os de Rômulo pareciam ter encontrado algo que procuravam por muito tempo. E ela queria continuar trabalhando somente para despedir-se dele, mas seu turno havia acabado e, como de costume, e ainda lembrando de como os homens podem enganar e seduzir (assim como Célio havia feito com ela), foi trocar-se para ir para casa.

Mas aqueles belos olhos azuis pareciam magnetizá-la. Ela estava tentando fugir de algo que seu corpo e seu coração diziam ser inevitável. Ela se perguntava se isso era possível, se era possível estar se sentindo dessa maneira. Não era amor, ao menos não achava ser, era mais como magnetismo, que a puxava para Rômulo, mesmo que não fisicamente.

Rômulo havia percebido que não havia visto Beatriz por perto. Pediu sua conta, na esperança de tê-la novamente perto de si, mas uma outra mulher o atendeu. E ele, ainda que um pouco decepcionado, fez questão de perguntar:

- Com licença, poderia me informar onde está a Beatriz?

A mulher se espantou com a pergunta, um tanto quanto inusitada pela intimidade com a qual aquele homem havia tratado uma das funcionárias, mas respondeu-o.

- Seu turno acabou a uns quinze minutos, ela já deve ter saído do restaurante, mais alguma coisa, senhor?

- Não, muito obrigado.

Rômulo pagou sua conta e saiu do restaurante, um pouco pensativo, e um tanto quanto decepcionado. Mas tentou esquecer. Beatriz não deveria nem tê-lo notado. Como sempre, ninguém o percebia, ao menos, era o que ele pensava. Pegou seu carro e partiu rumo ao seu escritório, mãos no volante, olhos no trânsito e mente em um lugar onde não fosse tão imperceptível, e que alguém pudesse notá-lo e o amar. Estava tão longe, que não percebeu uma figura andando ao lado de seu carro, cobrindo-se com um casaco para que a chuva não a atingisse.

Beatriz andava. E somente seu corpo fazia isso. Seus pensamentos pairavam entre a tristeza e a solidão que bem conhecia e um azul que a aquecia por dentro. Mas a tornava fria por pensar que esse azul poderia pertencer a alguém, ou apenas por não se achar merecedora dele.Estava cansada de viver sem ter ninguém para compartilhar a vida. As gotas de chuva não a afetavam, ela sentia o frio, não o da chuva, mas de seu próprio coração.

E a chuva castigava muitos, mas desejava, com a mesma intensidade, punir Beatriz e Rômulo por não aproveitarem um ao outro, por nem ao menos tentarem, enquanto tentava limpar a alma e aliviar o coração de ambos, cansados de sofrer.


Agora,como prometido, a letra e atradução dessa música. O Nome da música é "Smile Again" e quem canta é a BoA Kwon. Disponibilizarei abaixo os links tanto da letra,como da tradução.

Letra de Smile Again
Tradução de Smile Again

sábado, 10 de maio de 2008

Sábias estrelas de São Paulo (parte II)

   Olá. Desculpem a demora , é que meu pc teve alguns problemas com a conexão e, como esse ,além de ser um post importante, também é um pouco experimental, por colocar um player de MIDI no blog, o que não é nada fácil tendo o Opera como navegador. Mas consegui um player que funcione. Não sei se posto um capítulo por semana, vou tentar, mas caso não consiga, posto algum texto, ou simplesmente desculpas. 
    A música desse capítulo é a "Bad Day - Daniel Powter".
   Outra coisa que eu queria falar, eu mudei o banner do blog, pois o antigo era grande e eu prefiro algo mais simples. Também deletei o banner dos blogs inativos. Se alguém quiser uma parceria, ou uma simples troca de banners, envie o banner para o e-mail "gregory.vancher@gmail.com". Se o meu banner estiver no blog, eu retribuo.  Mas vamos deixar de papo sobre o blog, vamos à segunda parte do conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões. 







    O despertador tocava acordando Beatriz. Eram seis da manhã de mais um novo dia de trabalho e sofrimento. Ela até gostava do novo emprego, seus colegas de trabalho a ajudavam e os freqüentadores do tal restaurante, nunca lhe causaram problemas. Sofrer era o maior problema, mas esse ela não sabia como curar. Seu coração parecia precisar de algo e a lembrá-la todo momento disso.

    Levantou e foi tomar seu banho apressadamente. Tomou seu café da manhã, preparado rapidamente por ela mesma, numa rotina que parecia piorar seu estado emocional. Arrumou-se e desceu do prédio, a caminho do serviço, afinal, apenas duas quadras de onde ela morava e lhe fazia bem andar para, momentaneamente, esquecer os recentes acontecimentos de sua vida.

    Ela havia sofrido bastante. Célio era o rapaz perfeito, ou parecia ser. Ele a levara a teatros, restaurantes, cinemas, mas o que realmente queria era levá-la para seu quarto. Beatriz não era acostumada a entregar-se tão cedo e, portanto resolvia esperar mais e mais. Mas Célio demonstrava sinais de impaciência, mesmo dizendo que esperaria que ela estivesse pronta.

    Até que ela se entregou, após um encontro marcado por uma peça de teatro e um jantar num restaurante japonês. Ele a levou para um dos motéis de São Paulo e lá, eles tiveram sua primeira noite. Primeira e última. Ao acordar, ela encontrara um bilhete na cama dizendo:

“Adorei a noite, mas não quero repetir a dose. Você me custou muito caro, princesa. E pra não dizer que sou mão-de-vaca, o motel está pago.
Ass.: Célio”

    Sofrer ela não queria mais. E, com uma lágrima do passado rapidamente removida, entrou no restaurante e foi se trocar para começar a trabalhar no turno da manhã, que ia até às 14h.

    Rômulo havia acordado tarde. Às dez estava abrindo os olhos pela primeira vez no dia. Não tinha pressa. Deveria aproveitar a manhã, tomar um café e apreciar o dia. Mas apreciar era algo que ele não fazia há muito.

    Resolveu tomara seu café no quarto e, ainda com o roupão do banho matinal, apanhou seu jornal e começou a folheá-lo. Rômulo sabia que nada havia de interessante naquele jornal, nem em qualquer outro. Nem em sua vida. Mas algo precisaria mudar.

    Quando terminou sua leitura já eram 12:30h. E pensou em almoçar. Já se dirigia para a cozinha quando subitamente teve uma vontade: Queria almoçar fora de casa. Procurou na internet um lugar que fosse perto de sua casa e encontrou um restaurante que, de certa forma, chamou-lhe a atenção. Arrumou-se, pegou o carro e se dirigiu ao tal local.

    Chegou no restaurante e achou o lugar acolhedor. Como se sentisse estar no lugar certo. Procurou uma mesa e sentou-se, esperando por ser atendido.

    Beatriz acompanhou cada passo daquele homem. Seu turno acabaria em 30 minutos, mas ela sentia poder continuar o expediente somente para vê-lo. Achou estranha essa sensação e tratou de atendê-lo prontamente.

    Rômulo já não sabia mais se queria almoçar. Aquela mulher, Beatriz, o atraía somente de estar perto dele. Como se estivesse magnetizado, hipnotizado. Ela era linda: por volta de 1,70m, magra, loira com o cabelo na altura da cintura e com olhos da cor do mel. A pele branca combinava perfeitamente com o uniforme e realçava seu corpo por inteiro. Mas não era a beleza de Beatriz que Rômulo apreciava, ele sentia que deveria conhecer Beatriz, devia apaixonar-se por Beatriz, se é que já não estivesse.

    Beatriz anotou o pedido, mas relutava em sair de perto dele, Rômulo. Levou seu profissionalismo mais a sério e afastou-se, mesmo ainda olhando algumas vezes para ele. Ele parecia ter algo especial que ela necessitava saber o que era. A forma gentil com a qual se apresentou, mesmo sem ser necessário. A forma como a olhou e o sorriso de Rômulo pairavam por sobre os pensamentos de Beatriz. Ela não sabia explicar o porquê de estar assim, ou sabia, mas tentava disfarçar, enquanto esperava a próxima chance de se aproximar de Rômulo.

    E aquele restaurante havia mudado naquele dia. Algo de intrigante e mágico parecia dançar invisível no ar. Nenhum dos clientes, atarefados ou apenas conversando, parecia perceber o quê acontecia. Mas Beatriz e Rômulo sentiam, só não sabiam explicar, ainda...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Espaço em branco

    Me desculpem. Não tenho nada mais a dizer. É verdade que eu abandonei esse blog por um bom tempo. Mas tive meus motivos, pessoais e de saúde. Agora estou de volta. Entretanto, não continuarei com o conto. Irei continuá-lo mais adiante. Hoje preciso colocar um outro texto, espero que gostem e possam compreender. Leiam e tirem suas próprias conclusões.


Espaço em branco

    Mais uma noite solitária na vida daquele homem. O sabor do vinho tinto ainda em seus lábios como um beijo que quisera dar, mas não havia boca para recebê-lo. Seus olhos fixados na tela de um computador vagavam por um espaço maior do que as palavras encontradas por lá. Ele começara a se habituar com isso.

    Tudo fora um conto de fadas, conheceram-se, ele havia se encantado e ela retribuído o olhar. O primeiro beijo foi numa tarde onde nada se pode sentir, mas a noite onde o segundo beijo foi dada, fez com que eles quisessem viver uma vida inteira juntos. Tornaram-se cúmplices, amigos, e ele pensava a cada minuto numa forma de fazê-la feliz.

    Mas a vida não é feita de sonhos, e ela, com palavras que não podiam ser ditas, quebrou todo o encanto, resultando numa pura realidade: Ele, ferido. Não podia perdoá-la, seu amor fora tratado como um brinquedo que, após o uso, faz com que a criança o jogue fora. E ela jogou fora todo o amor que ele havia lhe ofertado.

    Ele agora seguia sua vida: Amigos, festas, outras mulheres, outras bocas; nenhum outro amor. Por mais que ele tentasse, amar outra pessoa não era tão fácil assim. E não era por ainda amar ainda aquela mulher, e sim por não conseguir mais sentir algo tão bom.

    Medo de sofrer? Talvez, mas ele já havia tentado, em vão. Sabia que só o tempo poderia ajudá-lo nessa jornada para encontrar alguém para amar. Não temia passar pelo processo novamente, ele ansiava um novo amor, e por qualquer dor que ele pudesse trazer.

    Não agüentava mais era sentir um vazio em seu coração. Queria preenche-lo com raiva, ódio, tristeza, sofrimento; qualquer sentimento ruim seria melhor do que esse vazio. Mas não tinha mais motivos para sentir raiva, ódio, ou qualquer um desses sentimentos. Restava-lhe deixar um espaço em branco em seu peito enquanto espera algo ou alguém ajudar a preenchê-lo.

    A tela volta a tomar forma na sua frente. Seu devaneio some e se transforma em palavras, escritas e salvas em um documento. Queria poder enviar para o mundo, anexado com o seu vazio.