Ao som da música eletrônica tocada incansavelmente dentro daquela boate ele mexia seu corpo em uma dança improvisada cujo único objetivo era atrair atenção . Não sabia dançar, nunca soube. Mas tal fato nunca fora impecílio para que ele entrasse naquele local. Afinal, toda a sua vida girava em torno daquele único estabelecimento. E ele continuava a dançar...
Aos dezesseis começara a frequentar a boate escondido dos pais. Usava uma identidade falsa feita por ele mesmo para conseguir entrar e -até então- apreciar o local probido para sua idade. Aos poucos fora se acostumando com as músicas, as pessoas, os empregados até que, a plenos dezenove já era desnecessário pagar sua entrada, mas por outro motivo...
Ainda sem sua maioridade formada, havia começado a experimentar algumas bebidas que lhe ofereciam no bar, um vício perigoso pois sabia que seus pais nunca poderiam desconfiar. Em suas crises de bebedeira, dormia na casa de estranhos para despistar e sempre deixava avisado que faria algum trabalho na casa de algum amigo.
Ainda dentro da boate, foi apresentado às drogas mais leves e, após -rapidamente- ter se tornado consumidor, às mais pesadas. E começara a lidar com o tráfico para consumo e para comércio, pois, por mais abastada que sua família fosse, ele não poderia deixar que soubessem onde seu dinheiro era aplicado. Seus negócios iam bem, mas seu disfarçe não pôde durar.
A mãe foi a primeira a saber, desconfiada após encontrar drogas no quarto do filho, chamou o pai que o obrigou a se internar, ou a sumir de casa. E ele sumiu. Sabendo que seu "emprego" não seria capaz de sustentar a si mesmo, tampouco seu vício.
E partiu para aquela boate onde tudo havia começado. Ali, ele procuraria por emprego e conseguiria. E, de certa forma, ele conseguiu. Entretanto, agora a casa era frequentada por outro tipo de pessoas em busca de uma diversão maior do que dançar ou beber. A infrestrutura também havia mudado e alguns quartos foram instalados no terceiro andar. Um deles seria sua casa, e também seu escritório particular.
E enquanto era vigiado pelos seguranças para não poder mais sair, ele poderia comercializar e ser mercadoria ao mesmo tempo, lucrando uns trocados em troca de sua integridade, orgulho e amor próprio, coisas que há muito tempo já havia perdido. Preso em uma cela que ele mesmo havia procurado, mas da qual sair não estava a seu alcance.
Ao som da música eletrônica tocada incansavelmente dentro daquela boate ele mexia seu corpo em uma dança improvisada cujo único objetivo era atrair atenção . Não sabia dançar, nunca soube. Mas tal fato nunca fora impecílio para que ele entrasse naquele local. Afinal, toda a sua vida girava em torno daquele único estabelecimento. E ele continuava a dançar...
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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14 comentários:
dance sem parar
Triste, mas a realidade de algum jovem que pode estar passando por isto neste momento.
É mais comum do que pensamos.
O titulo não deixa muito claro sobre o que você vai falar
Mas é a realidade,não exatamente desse modo é claro.
essa é a dança de muitos
muitas pessoas ficam em volta de um determinado espaço o resto da vida
mas no caso desse garoto, ele mesmo se afundou, ele mesmo se levou ao buraco
abraços
Infelizmente é o que está acontecendo com a juventude desse país.
O garoto da história poderia ter aceito ajuda dos pais e não quis.
Ele escolheu seu destino.
Um destino triste mas, ele fez a escolha.
Eu adoro dance e trance, mas sou tão desajeitado... Fico só escutando no meu mp3, por horas a fio.
Graças a Deus eu não curto DORGAS, MANO!
Nossa,muito bem escrito e a temática também é bem legal!
Fazia tempo que eu não lia um texto assim!
Parabéns! (:
vc vem, 6 da manhã!
e me faz ver seu blog sem post novo!
ah n!!!!!
post novo PLEASE!
ASUHAUHUS
ideias nova, leitura nova, tudo novo, JURO! '-'
Apoio a campanha STRAIGHT EDGE HARDCORE contra as drogas.
Isso inclui a música eletrônica tb heheheh
É triste realmente nao conseguir enxergar quando esta caminhando para a direçao errada.
Muitos jovens vivem assim e nao só os jovens. Aqui na Espanha a quantidade de adulto e idosos é bem alta com relacao a drogas.
Interessante o post...
Gregory respondi la no blog as duvidas.
posso falar? num entendi
quase uma Natascha (do capital inicial) né?
essas coisas... sempre a mãe é a primeira a descobrir tudo
realidade triste sim..
mas é bom que as pessoas leiam textos assim e se liguem que isso aí não fica apenas em textos, mas na vida de vários jovens
vou ler depois do comentario, mais mesmo assim, mt bom, hehe'
www.vidasz.blogspot.com'
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