Olá,
Desculpem o atraso pra postar essa semana mas, tive uns probleminhas com o site que hospeda o player do blog, além de ter demorado um pouco pra escolher a música desse "capítulo" (We Are Broken - Paramore).
Sobre a parte VII do conto: Era para ser a penúltima mas, eu me empolguei escrevendo que, no final, tive de dividi-la em duas, então essa é a antepenúltima parte, sem conter o epílogo, claro. Espero que possam me desculpar pela demora... Leiam e tirem suas próprias conclusões:
O café dentro da livraria possuía um ar descontraído. Isso ajudava no nervosismo de Beatriz. Ela nunca fora naquele lugar antes. E nunca havia conhecido alguém que mexesse tanto com ela quanto Rômulo faz só de estar vivo. Com aqueles olhos azuis que parecem penetrar na alma de Beatriz.
Os olhos de Rômulo não conseguiam parar de olhar nos de Beatriz. Eram da cor do mel e pareciam provocar certa dependência nele. Ele já não estava mais tão apreensivo. Enquanto conversavam no caminho da livraria, ele não parava de pensar no quê dizer, o quê pensar, o quê fazer. Mas agora, só de poder olhar nos olhos de Beatriz, já não tinha mais preocupações. Como se ela conseguisse entrar na alma de Rômulo e retirar-lhe todas as preocupações e ansiedades que pudera ter.
Conversavam sobre coisas em comum enquanto esperavam seus pedidos chegarem. Descobriram ter muitas. Como um estranho hábito de procurar estrelas no céu paulistano. Até acharam estranho descobrirem que, na mesma noite, haviam notado um certo brilho estranho de certas estrelas, mas ambos dormiram por razões muito parecidas.
- Mas, então, Rômulo, por que queria tanto falar comigo? Ainda não consegui entender...
- Mas Beatriz, eu já lhe falei. Por mais que eu não te conhecesse, eu senti como se tivesse que te conhecer.
- E você sentiu isso sem explicação nenhuma? Rômulo, sejamos sinceros, o que você quer comigo?
- Eu não sei, eu só quero conhecer você, sei lá, conversar, como estamos fazendo, ou até mesmo não falar nada, mas só de você estar aqui ,comigo, e ter aceitado o meu convite, já é muito pra alguém como eu ...
E Beatriz notou o tom triste com o qual ele se referiu a si mesmo. Pôde ver que ele tentava explica-la, algo que ele mesmo não sabia o motivo. E percebeu que, a súbita tristeza dele vinha de algo mais triste que ele guardava dentro de si.
- Como assim, “alguém como eu...”, Rômulo?
- É que eu não sou muito de ser levado a sério, sabe?
Rômulo tentou relutar, mas contou parte de seu sofrimento para Beatriz. Não queria ter que dizer o quanto era triste por sentir um vazio no peito e temia que ela o achasse um “solteirão” frustrado. Mas não conseguia esconder nada dela. Como se ele próprio lutasse consigo para contar a Beatriz a razão de suas frustrações.
Ele percebia o olhar atento,compreensivo de Beatriz, como se ela entendesse perfeitamente o quê ele dizia. Como se entendesse tudo aquilo que ele lhe falara e isso o confortava.
Ela ouvia da boca de Rômulo, tudo aquilo pelo qual estava passando também e não acreditou encontrar alguém que sentisse o mesmo que ela, a mesma solidão, o mesmo vazio, a mesma dor. Compreendia cada palavra ou olhar de Rômulo, pois sentia o mesmo que ele, e ambos estavam cansados de sofrer.
- Eu não acredito...
- Mas Beatriz, é sério. Eu...
Beatriz o interrompeu.
- Eu sei como é sentir isso, Rômulo. Eu também me sinto assim...
Ela mesma não entendia mas, sua voz adquiriu vontade própria e começou a dizer tudo pelo qual havia passado nos últimos meses. Contou dos seus desamores, do seu sofrimento, da sua dor.E sentia o olhar penetrante e, agora surpreso de Rômulo acompanhar atento cada trecho ou palavra do que dizia, parecendo conforta-la e entendê-la simultaneamente.
E as vozes eram ouvidas por ambos no espaço de minutos que pararam, enquanto aqueles dois aprendiam que nunca estiveram realmente sozinhos em suas solidões.
Espero que tenham gostado e, só mais umas notas:
1- Muito obrigado mesmo pelos comentários no post anterior! Muitos deles foram um grande prazer ao ler, por notar a sinceridade contida neles, muito obrigado!
2- Agradeço ao blog Muito Sobre Algo pela parceria e espero que essa amizade entre blogs possa gerar bons frutos.
Bom, é só. Até a próxima semana com o penúltimo capítulo... Isso se eu conseguir postar, pois na próxima semana será a minha primeira semana na faculdade (Peço que me desejem sorte!!).
terça-feira, 29 de julho de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
Sábias estrelas de São Paulo (parte VI )
Antes de tudo, eu gostaria de pedir desculpas pelo tempo sem postar. Saibam que eu tive muita coisa pra fazer, e muito pouco ânimo pra escrever. Pra ser sincero, minha miva não está tão bem assim e, mesmo que não possa reclamar dela (por saber que existem pessoas em piores condições),isso não me impede de ficar triste e de me sentir um pouco solitário. Mas vamos esquecer esse papo e falar um pouco sobre essa nova parte do conto:
Nunca tinha colocado Evanescence (minha banda favorita) no conto antes! E vocês verão que esperei o momento certo pra isso (Anywhere é uma linda música).
O conto ainda não acabou, mas está entrando na reta final, mas ainda faltam uns dois ou três capítulos, e um epílogo que ainda não escrevi, mas, só pelas idéias, promete vaaler à pena esperar. Agora vamos parar de conversa e ler o conto. Leiam e tirem suas próprias conclusões:
Cinco horas, era o que marcava o relógio do escritório de Rômulo, mesmo que este não estivesse lá para vê-lo. Desde as quatro e meia estava na porta do restaurante esperando por Beatriz. Não sabia o que fazer. Agora que já havia convidado Beatriz para “conversar” não sabia como e onde faria isso. E se surpreendia consigo mesmo, ao notar o quão infantil estava sendo. Como se Rômulo voltasse a ser um adolescente no auge do primeiro amor.
Beatriz tentava lembrar quando havia sentido algo parecido. Não sabia. A felicidade por ter sido chamada por Rômulo, mesmo que apenas para conversar, era tanta que eliminava quaisquer vestígios de solidão que antes ela pudesse sentir. Isso a lembrava do seu primeiro namoro, não pelo namorado, mas sim pelo sentimento. A sensação de ter descoberto algo pelo qual esperava há muito tempo. Era assim que se sentia. Ansiava por Rômulo mesmo antes de tê-lo visto. “Eu preciso te conhecer.” Era a frase que ecoava na mente de Beatriz. Tanto por ser dita por Rômulo quanto por expressar tudo o que passava na cabeça dela naquele momento.
Enquanto terminava de trocar de roupa o relógio mostra cinco horas e ela apressadamente termina e sai do restaurante.
Rômulo conseguia ver Beatriz saindo por uma porta nos fundos do restaurante e se dirigia para lá. Entretanto refreou-se para não transparecer sua ansiedade. Já havia deixado sua “infantilidade” transparecer dentro do restaurante e não queria repetir o feito do lado de fora. Esperou que ela chegasse para poder falar com ela. Mas conforme ela andava, mais seus pensamentos se confundiam, apenas convergindo num só coro: “Ela é linda.”
Beatriz sentiu suas bochechas esquentarem ao deparar-se com Rômulo a fitando com aqueles olhos. Sentia poder se perder nos olhos azuis de Rômulo. Mas reparava que ele não era apenas um par de olhos azuis. Reparava como cada centímetro daquele homem a magnetizava.
- Olá Beatriz. Vamos?
- Vamos aonde Rômulo? Eu lhe disse que não posso demorar.
- É aqui perto,tem um livraria com um café nos fundos...
Rômulo decidira por levá-la a uma livraria com um café nos fundos. Adorava aquele lugar por, além de não ser muito movimentado, a atmosfera de livros sempre o fascinara, e também por possuir o melhor café da cidade de São Paulo e ser um ótimo lugar para conversas informais.
Beatriz não queria ir de carro. Parecia não querer andar no carro de um desconhecido sem nem conhece-lo direito. E Rômulo percebeu isso. Portanto, a livraria era exatamente a melhor escolha. Por estar a poucos metros do restaurante.
Rômulo a guiava enquanto lhe falava coisas sobre o lugar. Mas ela não se importava com nenhuma palavra dita por ele. Beatriz iria até as estrelas se ele a guiasse. Sentia que podia confiar naquele homem, mesmo sem conhecê-lo. Mas seu bom senso falou mais alto e ela, por vezes, olhava atentamente para onde estava sendo levada.
As ruas da cidade de São Paulo se tornavam menos densas quando eles passavam. Como se, apenas por estarem lá, tudo mudasse. Até a poluição não era tão notória assim, dando lugar a um inexplicável frescor de brisa que passava e acalentava os dois. E essa brisa parecia congratulá-los por finalmente tomarem um passo adiante.
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