sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Depois de muito tempo sem postar...

Olá,
Depois de um problema com a minha internet, que demorou tempo demais para ser resolvido e depois de uma virose forte que me impediu de sequer levantar da cama, estou de volta. Peço que me desculpem pelo longo tempo sem postar.
Bom,eu ia coplocar mais um texto "não-romantico no blog, mas ,como é ano novo, e eu não quero começar com o clima pesado, o texto que postarei é algo mais leve, espero que gostem.(A música é "De Qualquer Maneira - Isabella Taviani") Leiam e tirem suas próprias conclusões:


Apaixonado

O dia estava claro. Mais uma olhada para o céu e ele veria, por detrás de seus óculos escuros, que o céu estava limpo de nuvens e mesmo assim o sol não castigava com um calor escaldante. Mas isso era fácil de perceber pela brisa suave que parecia segui-lo. Enquanto caminhava tranquilamente pela rua à caminho de casa olhava, sem realmente enxergar o rosto de alguns passantes,uns indiferentes, e outros que sorriam ao vê-lo, mesmo sem nem ao menos conhecê-lo. Não que ele pudesse notar,sua mente planava enquanto pensava em coisas bobas e sem muita importância . Mal notara que, ao caminhar, estampava um sorriso bobo no rosto. O sorriso dos apaixonados.

Horas atrás ele acordara com ela em seus braços,abraçando-a pelas costas,enquanto ela pareca ainda descansar angelicalmente. Podia sentir o perfume suave de seus longos cabelos loiros enquanto seu braço a trazia aquele corpo inocentemente sedutor para junto de si, fazendo seu rosto aproximar-se mais da nuca daquela mulher. Suas pernas, entrelaçadas com as dela, relutavam em se mover, temendo acordá-la. Ainda não queria isso, queria aproveitar mais daquela sensação gostosa que sentia só de estar perto dela, e da vontade de sorrir que ela despertava nele mesmo sem saber.Esperava que ela ainda estivesse dormindo, assim poderia aproveitar um pouco mais daquela sensação de felicidade plena enquanto recordava os momentos da noite anterior.

Uma noite que havia terminado com a entrega de dois corpos apaixonados. Ele havia se surpreendido, não pensara que seria ela que o chamasse para passar o resto de noite com ele. E como recusar um pedido como o dela? A forma tímida de pedir, o rosto pendendo um pouco para a direita, os olhos brilhando e com os lábios contraídos, numa espécie de súplica para que sua vontade fosse cumprida. Uma autêntica cara de criança pedindo um agrado, o que ele nunca recusaria. Mas aquela mesma mulher que lembrava uma criança com traços infantis e angelicais, era aquela que o capturava entre seus braços, como em um desespero por tê-lo e temer perdê-lo. Ele a abraçou enquanto se deliciavam um com o outro. As bocas sorvendo cada milímetro possível do outro, enquanto se dirigiam para o quarto. Cômodo que serviu de testemunha de duas almas unindo-se em um só corpo, juntas por um amor incontestável e expresso por gemidos e súplicas sussuradas, enquanto a noite findava e deixava dois corpos exaustos, mas felizes(completos), descansarem abraçados em cima de uma cama.

Uma noite romântica, era o que ele proporcionara. Um jantar em um restaurante pouco conhecido, mas aconchegante e com uma atmosfera propícia à dar mais encanto à noite do casal. Entre poucas taças de vinho, sobremesas e risadas, ele pôde ter certeza que era ela que ele estava procurando para completar sua vida. Não que ele já não soubesse disso, mas era tão bom confirmar a cada gesto, como o rubor na face após algo dito em seu ouvido. Ou o interesse dela por qualquer coisa, mesmo as mais frívolas, que ele dissesse. A voz suave e o modo com que as palavras saíam docemente de sua boca ao dizer ou comentar qualquer coisa, até mesmo num comentário simples sobre a comida ela conseguia hipnotizá-lo e ele não sabia se prestava atenção, ou se observava,ou melhor,deliciava-se a cada movimento daquela boca, antes de capturá-la em um beijo. E o que dizer dos sorrisos? A cada um que ele recebia, tentava apreciar cada detalhe, os dentes alinhados numa fileira branca e perfeita, o rosto que parecia se iluminar com um simples sorriso, a forma como seu cabelo costumava balançar quando ria timidamente, os olhos um pouco cerrados, com divertimento, e aquela boca... A boca, oh céus! Como observar aquela boca sem sentir vontade de sentir seu gosto?

Sentiu ainda o arrepio e a sensação de borboletas no estômago apenas ao lembrar dos acontecimentos da noite anterior. Se tirasse seus óculos escuros, todos veriam um brilho em seus olhos que não pertencia ao reflexo solar, mas era o espelho de uma alma que enfim achara seu complemento. Continuou seu caminho com o sorriso no rosto, sabia que era o início de uma nova fase de sua vida, como se talvez, somente agora estivesse pronto parar viver, feliz.